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Janja: não é turismo, é promoção pessoal

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Carlos Graieb
2 minutos de leitura 07.08.2024 14:49 comentários
Análise

Janja: não é turismo, é promoção pessoal

Fronteiras entre o pessoal e o oficial são apagadas nas redes sociais da primeira-dama

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Carlos Graieb
2 minutos de leitura 07.08.2024 14:49 comentários 0
Janja: não é turismo, é promoção pessoal
Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O valor exorbitante da passagem de Janja para ir às Olimpíadas (84 mil reais), somado à dinheirama gasta com sua equipe de apoio (204 mil reais), causou uma justa irritação. Discordo, no entanto, de quem diz que a primeira-dama só foi passear em Paris. 

Está errado. Não foi passeio. Janja foi trabalhar por si própria, construindo uma marca política e levantando o seu perfil para futuras campanhas.

Flotus versus janjalula

A presença de primeiras-damas representando um país em eventos esportivos não é incomum por si só. Jill Biden também foi à França no lugar de seu marido, o americano Joe Biden. Há muitos outros exemplos.

Esse papel de representação é aceitável. As coisas desandam quando os eventos ligados à presidência servem de plataforma para a projeção pessoal.

Veja só a diferença entre os perfis das duas personagens no Instagram.

O de Jill Biden é @flotus, sigla que reúne as iniciais de First Lady of the United States (Primeira-dama dos Estados Unidos). É um perfil oficial.

O de Janja é @janjalula. 

Jill Biden terá de modificar sua presença online ao deixar a Casa Branca. Não será mais “flotus”

E Janja? Levará como patrimônio, depois da passagem pelo Palácio do Planalto, uma página recheada de imagens feitas com dinheiro público? 

Tudo indica que esse é o plano – a menos que ela deixe de ser “janjalula” por qualquer infortúnio amoroso e tenha de se reinventar. 

Trampolim

As pessoas se incomodam porque Janja tirou casquinha do triunfo de Rebeca Andrade, postando fotos ao seu lado. Exasperam-se com os minidramas sobre bichinhos salvos nas enchentes no Rio Grande do Sul – filminhos produzidos pelo “time Janja” que mostram o seu lado “muito gente”

O oportunismo escorre de todo esse material. 

Mas me parece ainda mais estranho que Janja, que não tem nenhum papel formal no desenvolvimento de políticas públicas, compareça a um evento para falar das iniciativas do governo brasileiro na presidência do G20. Foi assim em Paris, fato devidamente registrado pelo perfil @janjalula.

Janja diz que pretende “ressignificar” o papel de primeira-dama. De fato, transformou-o em trampolim. 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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