Ivan Sant’Anna na Crusoé: Mercados futuros e suas características – grãos
Um meteorologista me disse que o La Niña provocaria uma seca nos EUA. Foi a maior façanha de minha vida de trader
Em sua coluna semanal para Crusoé, Ivan Sant’Anna traz nesta edição mais uma de suas histórias pelo mercado financeiro, quando tomou uma das decisões mais estúpidas de sua carreira de trader.
“Nos últimos dias de setembro de 1987, eu estava convicto de que a New York Stock Exchange iria sofrer um crash. Tanto é assim que escrevi isso no Relatório FNJ, resenha que publicava no final de cada mês e que era distribuída pela FNJ DTVM, empresa na qual eu trabalhava naquela época.
Mas não me limitei ao vaticínio. Comprei para mim, para a FNJ e para os clientes cujas carteiras especulativas administrava, puts (opções de venda) de S&P500 deep out of the money (muito fora do dinheiro ou exercício altamente improvável) com vencimento nos primeiros dias de outubro.
Os puts expiraram e viraram pó, porque a Bolsa não despencou.
Isso não diminuiu minha convicção. Decidi então comprar puts com vencimento em dezembro. Mas como estavam muito caros, por causa do time value (valor do tempo), resolvi aguardar um pouco.
Foi a decisão mais estúpida (e olhem que não foram poucas) de minha carreira de trader.
O fechamento da NYSE na sexta-feira 16 de outubro foi um dos mais premonitórios que já testemunhei. Foram quebrados suportes importantíssimos nos gráficos diário, semanal e mensal do S&P.
Naquele fim de semana, não só eu como praticamente todo mundo anteviu o crash da Black Monday, segunda-feira 19 de outubro de 1987.
A Bolsa já abriu com um gigantesco downward breakway gap, com o S&P e o Dow Jones (o Nasdaq ainda não era importante) perdendo um quinto de seu valor.”
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