Israel sobrevive: nunca mais é agora
Mais uma vez, Israel luta pela sua sobrevivência. A guerra de hoje contra o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza, os Houthis no Iêmen e a República Islâmica do Irã é mais um capítulo de uma luta existencial que começou desde a criação dessa nação
Mais uma vez, Israel luta pela sua sobrevivência. A guerra de hoje contra o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza, os Houthis no Iêmen e a República Islâmica do Irã é mais um capítulo de uma luta existencial que começou desde a criação dessa nação.
A criação do Estado de Israel resultou da conscientização, no mundo ocidental, da necessidade de segurança para um povo que, perseguido durante séculos, padeceu a perversidade do holocausto sob a Alemanha nazista, que exterminou mais de seis milhões de judeus.
A escolha do território aonde viria a ser edificado tal Estado foi condicionada por vetores históricos, geopolíticos, sentimentais e religiosos.
Trata-se da antiga Judeia, lar dos judeus até a diáspora do séc. I, quando, em confronto com Roma, foram derrotados em longa guerra movida pelo imperador Vespasiano e seu filho e sucessor Tito, que destruiu o Segundo Templo de Salomão e arrasou a cidade de Jerusalém, capital histórica e sentimental do povo judeu desde que o rei Davi a estabeleceu como capital do Reino de Judá.
Apesar da diáspora, nem todos os judeus abandonaram a terra arrasada, muitos se foram deixando ficar; escondidos e sobrevivendo como podiam.
Pelo início do séc. II, os judeus voltaram a ter alguma força na região, tendo o imperador romano Adriano movido contra eles nova guerra, com devastação ainda maior que a promovida por Vespasiano e Tito. Após alguns anos de conflito, a rebelião foi reprimida e os judeus foram proibidos de entrar em Jerusalém, sendo forçados a nova diáspora.
Judeia ou Palestina?
No contexto dessa guerra de expulsão, após sufocar a segunda revolta dos judeus liderada por Bar Kochba em 135 d.C., o imperador romano adotou para a região um novo nome. Ele mudou o nome da província romana da Judeia para Síria-Palestina e mudou o nome de Jerusalém para Aelia Capitolina.
Importa notar, portanto, que até o século II d.C o nome Palestina não havia sido utilizado para denominar a região central daquela terra prometida a Abrão que teve, até o segundo século d.C., os sucessivos nomes de Canaã, Israel, Judá e Judeia, mas não Palestina.
Palestina foi um nome pagão dado à Judeia pelo imperador Adriano com a intenção de destruir a identidade do povo judeu e anular a cosmovisão judaica, que é fortemente ligada à noção da terra prometida. De fato, lê-se na Bíblia, em Gênesis 12: “O Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.”
Essa região, sagrada para os judeus, atraiu, ao longo de séculos, povos de variadas origens. Porém, nunca deixou de haver judeus nesse local no qual, em meados do séc. XX, veio a ser edificado o Estado de Israel.
“Leshana Habaa B’Yerushalayim” (Ano que vem em Jerusalém)
O sionismo, movimento internacional visando o retorno de judeus dispersos para a terra da qual haviam sido expulsos, começou a ser organizado no final do séc. XIX, a partir [….]
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