Governo e PT abrem disputa por BC com tática do “podia ser pior”
Imediatamente após o Copom mostrar a concordância dos diretores de Lula no BC com a Selic a 10,50%, os balões de ensaio foram inaugurados
Começou. Após a decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária), os petistas e os governistas começaram a profusão de balões de ensaio para o cargo de próximo presidente da autoridade monetária, que Lula já avisou: não será apresentado antes de agosto.
A estratégia é a mesma utilizada em outros momentos da era lulista. Primeiro se apresentam as soluções mais estapafúrdias e depois se escolhe, por exemplo, Fernando Haddad, para ministro da Fazenda. Então, todos respiram aliviados, afinal, podia ser pior.
Dos quatro nomes indicados por Lula ao BC – Gabriel Galípolo, Aílton Aquino, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira – Galípolo e Picchetti tem (ou tinham) chances de assumir a cadeira quando o mandato de Campos Neto se encerrar ao fim do ano. Mas estar na vitrine por tanto tempo, certamente, não fará bem aos dois. A decisão dessa quarta-feira, 20, machucou as “candidaturas”.
Dando início à primeira fase da estratégia de sabatina (ou linchamento) público de reputações de possíveis candidatos. A eterna sugestão a postos vagados da República, Guido Mantega, foi o primeiro nome a circular assim que foi divulgado que os quatro ungidos de Lula no BC acompanharam o voto de Roberto Campos Neto (presidente da autarquia) pela manutenção dos juros em 10,50% ao ano. O próprio Mantega teria negado os rumores – o que seria cômico, não fosse trágico.
Logo, em seguida outros dois personagem recorrentes em situações como essas, Andre Lara Resende e o atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.
Resende que assumiu a Comissão de Estudos Estratégicos no BNDES é autor do livro “Camisa de Força Ideológica” que, entre outras, aponta pérolas como a de que “ao elevar a taxa de juros para conter a demanda e, supostamente reduzir a inflação, o Banco Central está definindo um inflação mais alta”, em que afirma que a inflação acompanha positivamente os juros. Em poucas palavras, é a taxa de juros alta que leva a inflação a subir.
Aloizio Mercadante também navega por águas parecidas e chegou a dizer recentemente que “esse modelo precisa ser repensado“, referindo-se às decisões do Banco Central sobre a Selic. É fácil entender porque os investidores locais e estrangeiros ficariam assustados com esses nomes.
Em alguns dias, outros nomes também circularão pelo noticiário como possíveis novos presidentes do Banco Central, até que o presidente Lula anuncie o escolhido e todos respirem aliviados: podia ser pior.
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