Gleisi reconhece: Lula depende do fantasma de Bolsonaro
O PT vai insistir na ladainha surrada de que, para se manter no poder, precisará enfrentar com unhas e dentes a tal extrema-direita
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, falou o óbvio em entrevista concedida nesta segunda-feira, 5, para o jornal O Globo. O PT vai insistir na ladainha surrada de que, para se manter no poder, precisará enfrentar com unhas e dentes a tal extrema-direita.
Eis o que Gleisi disse ao jornal fluminense:
“Se ficarmos quietos, a extrema direita vem para cima e vai ganhar terreno. Estamos quase numa guerra com a extrema direita. Se nos calarmos, quem vai fazer o embate? Não vai ser a direita. Prefiro o enfrentamento”, declarou a parlamentar.
“Não tem nenhuma liderança do centro, da centro-direita ou da direita clássica com condições de fazer essa disputa. Temos o dever de não deixar a extrema direita voltar. Não estamos falando de um embate com a direita normal, em que você perde e prepara a oposição. O presidente também tem que demarcar, como já tem feito em muitas questões que são importantes para mostrar a diferença com o bolsonarismo”, acrescentou.
Eis os fatos: Jair Bolsonaro está fora do jogo político em 2026, após ação impetrada pelo PDT e endossada pelo PT.
Depois da decisão do TSE, o partido percebeu a grande arapuca em que se meteu e agora tenta manter, a todo o custo, a figura de Bolsonaro viva porque sabe que Lula não vive sem Bolsonaro. Assim como Lula nunca existiu se não fosse o tal enfrentamento aos banqueiros, capitalistas e outros “istas” de plantão ao longo dos anos de 1990.
Gleisi agora evoca a algumas figuras míticas para manter esse enfretamento latente no subconsciente do eleitor: “representantes da extrema-direita” ou “integrantes do bolsonarismo”. Mas quem seriam eles? O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que esteve no palco na semana passada com Lula? O governador de Minas, Romeu Zema, que foi convidado por Lula para a festa da democracia em 8 de janeiro? Michelle Bolsonaro, que não será candidata à Presidência da República?
A grande verdade é que o PT precisa antecipar esse debate e vai tentar, a todo o custo, controlar a narrativa. O problema é nem sempre é possível se controlar a realidade. E a realidade pode surpreender o PT.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)