Eleições em SP: pior inimigo de Boulos é ele mesmo
Pesquisa Datafolha aponta que rejeição acima de 50% é o principal fator que impede o crescimento da candidatura do deputado federal
Faltando menos de dez dias para as eleições de São Paulo, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já pode entrar nessa reta final da campanha no modo ‘catimba argentina’. A expectativa é que ele participe de poucas entrevistas e debates até a quinta-feira da semana que vem.
A tática do prefeito, a partir de agora, é evitar se expor a situações desconfortáveis. Os levantamentos do Datafolha e Quaest divulgados ao longo desta semana mostraram que foram mínimos os impactos do apagão em São Paulo – que atingiu 3,1 milhões de residências na capital – para a campanha do atual prefeito. Ponto para Nunes.
Segundo o Datafolha, o emedebista saiu de uma intenção de votos na casa dos 55% para 51%; Boulos, no entanto, manteve os 33% em uma semana. Nunes ‘perdeu’ votos para aqueles eleitores que pretendem votar em branco. Neste caso, houve uma variação de 10% para 14%.
O desafio de Boulos em São Paulo
A sorte de Nunes é que o pior inimigo de Boulos é ele mesmo. Os números do Datafolha mostram que o deputado federal é rejeitado por 56% dos eleitores. Uma rejeição proibitiva. Na semana passada, a sua rejeição era de 58%. Ou seja: em uma semana, uma redução de apenas dois pontos percentuais. Pouco, muito pouco.
Os dados do Datafolha mostram, indubitavelmente, que fracassou a tentativa de Boulos de vincular a crise energética em São Paulo ao atual prefeito; assim como também caiu por terra a busca incessante do Boulos de se postar como um candidato moderado. O eleitor paulistano não engoliu, ao menos por enquanto, o ‘Boulinhos paz e amor’.
Com menos de uma semana de campanha, o tempo joga contra a candidatura de Boulos. Integrantes da Executiva Nacional do PT não admitem publicamente, mas já jogaram a toalha. Lula deve participar de ato de campanha em São Paulo no final de semana, mas nem mesmo o petista mais otimista acredita que Boulos possa reverter uma rejeição desse porte.
Em resumo: só um milagre pode salvar a campanha de Boulos.
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