A queda do presidente Lula no banheiro enquanto cortava as unhas do pé, sentado em um banco, foi providencial por três motivos.

Em primeiro lugar, porque vai poupar Lula de ter de fazer campanha em São Paulo para o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que está mais de doze pontos atrás do prefeito Ricardo Nunes nas pesquisas de intenção de voto.

No primeiro turno, Lula já não se mostrava disposto a aparecer no palanque de candidatos apoiados pelo PT que estavam atrás nas pesquisas.

O presidente, como se sabe, nunca gostou de dividir a responsabilidade pelas derrotas, da mesma maneira que sempre gostou de assumir sozinho os louros pelas vitórias.

Em segundo lugar, Lula não terá de ir votar em São Bernardo do Campo, cidade onde ele cresceu, tem seu domicílio eleitoral e que é o berço do PT.

Nessa cidade, o candidato petista Luiz Fernando Teixeira não passou para o segundo turno.

Foi uma grande frustração, uma vez que o PT já governou a cidade por 24 anos. A última vez foi em 2016, com Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho.

Luiz Fernando Teixeira ainda é irmão de Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

Mas o petista teve apenas 23% dos votos no primeiro turno. Os candidatos que seguiram adiante são Marcelo Lima, do Podemos, e Alex Manente, do Cidadania.

Como Lula tem 78 anos, e pela legislação maiores de 70 anos não precisam votar, ele não teria de se deslocar. A viagem só faria sentido enquanto gesto político, o que não vai acontecer.

Em terceiro lugar, a queda no banheiro poupou os brasileiros de ver Lula cumprimentando o ditador russo Vladimir Putin.

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