Crusoé: Ódio a Israel é ódio aos judeus
É insustentável e hipócrita se manifestar pela paz em meio a fanáticos que entoam gritos de extermínio contra esse pequeno país, o lar dos judeus
Um dia desses, uma pessoa que acompanha meu trabalho há tempos questionou-me, educada mas incisivamente, acerca do meu posicionamento em defesa de Israel. Não era um “hater” aleatório ou uma pessoa desocupada, mas um senhor inteligente e bem intencionado que me cobrava solidariedade em relação às vítimas da guerra em Gaza. Não costumo responder privadamente acerca de posicionamentos que deixo claro em meus artigos. Diante, pois, das minhas respostas lacônicas, ele deixou de me seguir nas redes sociais, tendo provavelmente deixado de ler os artigos escrevo.
Essa é uma situação comum para quem, como eu, lida com temas polêmicos. Uma hora ou outra, acabo desagradando até aqueles que me têm estima e respeito. Narro o ocorrido para refletir um pouco mais com o leitor acerca do problema de fundo e peço escusas para continuar escrevendo mais algumas linhas em primeira pessoa.
Diferentemente do que talvez possa imaginar o meu ex seguidor, compadeço-me sim das vítimas da guerra na faixa de Gaza, principalmente das crianças. Mas a minha compaixão não turva o meu entendimento a ponto de apagar a diferença entre os assassinatos deliberados e cruéis de bebês e crianças perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 e as mortes decorrentes da guerra de Israel contra o grupo terrorista que opta por deixar as crianças e mulheres palestinas expostas enquanto protege seus homens e seus arsenais em túneis construídos sob escolas e hospitais.
Com a recente nomeação de Marco Rubio para secretário de Estado no governo de Donald Trump, passou a circular novamente nas redes sociais um interessante vídeo de novembro de 2023, no qual o senador republicano, interpelado por uma ativista pro-Palestina, posiciona-se com clareza e firmeza. Reproduzo aqui o curto diálogo porque ele sintetiza bem o ponto que nesse artigo eu gostaria de destacar:
– Senador Rubio, você vai pedir um cessar-fogo em Gaza?
– Não, não vou. Pelo contrário. Quero que destruam todo elemento do Hamas que puderem. Essas pessoas são animais ferozes que cometeram crimes horríveis.
– E os civis que morrem todo dia?
– Eu culpo o Hamas. O Hamas deve parar de usar civis como escudo. Hamas sabia que aquilo (o massacre de 7 de outubro de 2023) ia levar a isso (a retaliação de Israel). Então o Hamas deve parar de construir bases militares sob hospitais
– Então você não liga que 15 mil tenham morrido? Não liga para os bebês que morrem todo dia?
– Ligo e acho horrível. Acho que é terrível. E acho que o Hamas é 100% culpado
Reparem que o diálogo foi travado apenas um mês após o horror do 7 de outubro. Foi assustador acompanhar a rapidez com que movimentos político-ideológicos de extrema esquerda, aliados ao fundamentalismo islâmico, conseguiram transformar as vítimas em carrascos, mobilizar as massas e anatematizar Israel.
Não houve grandes manifestações pela rendição do Hamas e libertação dos reféns mas houve manifestações massivas contra Israel, manifestações antissemitas mal disfarçadas de defesa da causa palestina.
Será que essas pessoas são tão ingênuas a ponto de não saberem que o Hamas e os outros grupos terroristas financiados pelo Irã são os maiores obstáculos para a paz e para a criação de um Estado palestino? Algumas podem ser, mas a maioria não. É preciso encarar o fato de que há novamente uma ideologia totalitária que encontra respaldo nas massas. Essa ideologia é o fundamentalismo islâmico que, devido ao crescimento avassalador da estupidez coletiva que assola o Ocidente, encontrou por aqui um grande número de idiotas úteis que lhe dão suporte.
O irã e seus cúmplices terroristas não têm nenhum interesse real em criar um Estado palestino. Seu objetivo é implantar um califado e impor a todo o Oriente Médio a crueldade de suas leis obscurantistas. Israel é uma pedra no caminho deles, um obstáculo para o fundamentalismo e, ao mesmo tempo, um escudo para o Ocidente.
O Hamas é um grupo fundamentalista e terrorista islâmico palestino que não reconhece a legitimidade de Israel; o Hezbollah é um grupo fundamentalista e terrorista islâmico libanês que não reconhece a legitimidade de Israel; O irã é uma teocracia fundamentalista islâmica que não reconhece a legitimidade de Israel. Mas Israel resiste há décadas, com a ajuda de seus aliados, a essa constante ameaça existencial.
Por mais óbvio que isso seja, é necessário reiterar que Israel não está em guerra contra palestinos ou contra libaneses, mas contra grupos terroristas que querem a sua aniquilação. É insustentável e hipócrita se manifestar pela paz em meio a fanáticos que entoam gritos de extermínio contra esse pequeno país, o lar dos judeus.
Os que querem efetivamente a paz precisam empreender uma batalha pela verdade. Claro que sempre há nuances e interpretações, mas uma coisa é a diversidade de perspectivas, outra coisa é a mentira deliberada, a negação da verdade factual, a inversão da realidade para fins de demonização de um dos lados do conflito. […]
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