O resultado do primeiro turno das eleições no Uruguai deste domingo, 27, não deve ser motivo de desânimo para a direita.

Embora o candidato Álvaro Delgado (foto), do Partido Nacional, o mesmo do presidente Luis Lacalle Pou, tenha ficado em segundo lugar, com 26,7% dos votos, ele ainda conserva boas chances de vencer no segundo turno.

No Uruguai, para saber as chances reais de um candidato, é preciso fazer a conta considerando as coalizões dos partidos.

Quando se somam os votos de todos os partidos de direita que integram a atual coalizão de governo, o valor supera o da Frente Ampla, a coalizão de esquerda.

O Partido Colorado, que foi um rival histórico do Partido Nacional e hoje faz parte do governo, teve 16%.

O Cabildo Aberto, que é novo e fica mais à direita, conseguiu 2,45%.

O Partido Independente obteve 1,71%., O Partido Constuticionalista Animalista, 0,49%.

O valor total dessa coalizão chega a 47,38%.

O número é superior ao da Frente Ampla, de esquerda, que teve 43,94%.

É por isso que Delgado, em seu discurso após a divulgação do resultado oficial, falou que o “Uruguai disse que a coalizão (do governo) é o projeto político mais votado no nosso país“.

A Frente Ampla este ano foi melhor que em 2019, quando seu candidato, Daniel Martínez, teve 39%. Mas o total ainda não é o suficiente para garantir a vitória.

A diferença de cerca de quatro pontos percentuais entre os grupos de esquerda e de direita faz com que seja difícil prever o resultado.

História da Frente Ampla

A Frente Ampla foi fundada ainda em 1971, antes do início da última ditadura militar no país, com a participação de partidos, sindicatos e organizações civis.

Hoje há grupos de várias ideologias lá dentro, dos marxistas mais revolucionários a social-democratas moderados.

Tabaré Vázquez foi eleito presidente em 2004 para a presidência. Ele foi o primeiro presidente de esquerda do Uruguai, representando o Partido Socialista, integrante da Frente Ampla. Ele foi eleito novamente em 2019.

José “Pepe” Mujica era do Movimento da Participação Popular, MPP, também integrante da Frente Ampla. Ele governou o país de 2010 a 2015.

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