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Como Maduro piora o crime no Brasil

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 02.08.2024 16:12 comentários
Análise

Como Maduro piora o crime no Brasil

Facções criminosas prosperam na ditadura de Maduro e penetram no Brasil junto com o fluxo de imigrantes

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 02.08.2024 16:12 comentários 0
Como Maduro piora o crime no Brasil
Foto Reprodução/Instagram

Apesar da indignação da maioria dos venezuelanos, da coragem dos opositores e da pressão de países que defendem de verdade a democracia, parece que Nicolás Maduro vai vai conseguir se manter no poder por mais tempo. Cabe perguntar quais serão as consequências disso. 

Uma lista assustadora, mas realista, de reflexos da manutenção da ditadura foi feita pelo site InSight Crime, que produz informações e análises sobre segurança pública e crime organizado nas Américas. Ela mostra que, além de vergonhoso política e moralmente, o apoio do governo Lula ao regime bolivariano vai contra os interesses brasileiros. 

Efeitos do aprofundamento da ditadura

São sete itens na listagem: 

1. Uma nova onda migratória partindo da Venezuela.

2. Aumento do fluxo de migrantes para os Estados Unidos. 

3. Aumento do comércio clandestino de petróleo.

4. Aumento do tráfico ilegal de ouro.

5. Aumento da participação venezuelana na produção e tráfico de cocaína.

6. Enfraquecimento da estratégia de pacificação interna da Colômbia.

7. “Normalização” de atividades do crime organizado. 

Impactos no Brasil

Cada um dos tópicos tem o seu detalhamento, mas basta aqui destacar o que é mais significativo para o Brasil. 

O impacto de um aumento na migração é óbvio. Nos últimos oito anos, o Brasil já foi destino de quase 600 mil dos 8 milhões de pessoas que fugiram da pobreza e da desesperança na Venezuela. Boa parte desse contingente tem Roraima como porta de entrada. Recursos federais e locais são gastos na tentativa de absorver esse influxo e dar algum acolhimento aos refugiados. O dispêndio tem tudo para aumentar nos próximos meses.

O dado mais perturbador é que na esteira dos migrantes vem o crime organizado. Ele pode fazer famílias inteiras de vítimas, controlando rotas de passagem. Mas facções também cooptam jovens desenraizados como soldados, para expandir seus negócios além das fronteiras venezuelanas. 

Tren de Aragua e PCC

“Uma das organizações criminosas mais notórias, que cresceu se aproveitando da crise migratória e estabeleceu sua presença em diferentes porções da América Latina, é o Tren de Aragua”, diz o InSight Crime. A presença dessa facção violentíssima vem sendo documentada na região Norte do Brasil, atuando em aliança com o PCC.

Não bastasse ser uma rota tradicional de tráfico de cocaína, a Venezuela também vai se tornando aos poucos um produtor da droga.

Segundo o InSight Crime, “plantações de coca têm surgido na fronteira com a Colômbia, com cultivo registrado em pelo menos três estados venezuelanos; rebeldes colombianos criaram infraestrutura sofisticada de tráfico nessas áreas, com a bênção do regime de Maduro”. A venda de cocaína é uma fonte de dólares para a depauperada economia venezuelana. 

Estado híbrido

O InSight Crime descreve a Venezuela como um “estado híbrido”, onde o crime organizado penetrou profundamente as estruturas do governo e tem grande importância na sustentação da economia, em particular, por abastecê-la com divisas estrangeiras. Com o crescente isolamento de Maduro, essa tendência deve se aprofundar. 

Esse é o vizinho que o governo Lula está ajudando a nutrir. 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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