Aston Martin: da glória ao fundo do poço
Como explicar o brusco declínio da Aston Martin, que frequentava o pódio regularmente no começo do ano passado?
O que aconteceu com a Aston Martin? Em 2023, a equipe era a “melhor do resto”, atrás apenas da imbatível Red Bull. Agora, um ano depois, terminou o GP do Brasil com o carro mais lento do grid. É um declínio tão brusco que fica difícil não pensar em como tudo desandou tão rápido.
Lembre-se: no início de 2023, ela parecia ter acertado na loteria técnica. Combinou ideias de engenheiros de várias equipes, apostou num conceito de carro que funcionou bem e, claro, contou com o talento de Fernando Alonso para tirar leite de pedra.
Mas a ilusão de ser a segunda força logo desapareceu, à medida que Ferrari, Mercedes e depois McLaren consertaram seus erros e voltaram à briga. Mesmo assim, terminar o ano passado em alta foi promissor. A ideia era construir algo sólido para 2024.
Só que não aconteceu. O carro deste ano, o AMR24, começou razoável, mas foi caindo para o meio do pelotão. No Brasil, tudo desmoronou. Problemas no assoalho, mudanças de configuração e uma performance patética — com direito a Lance Stroll abandonando na volta de formação — marcaram um ponto baixo. Alonso até lutou, mas terminou atrás dos dois carros da Sauber. Vergonhoso.
O problema maior parece ser o desenvolvimento do carro. A Aston Martin parece perdida. A equipe tem alternado entre assoalhos de diferentes corridas, inclusive versões antigas. No Brasil, usaram uma peça de do começo da temporada, e o motivo?
Os upgrades mais recentes não funcionaram como deveriam. Isso explica muito: ela até tenta melhorar, mas parece incapaz de entender o que realmente funciona.
O carro, apesar de avanços pontuais, simplesmente não acompanhou o ritmo de desenvolvimento das outras equipes. Ferrari, McLaren e até a Alpine e a Williams conseguiram evoluir mais e os carros verdes parecem não ter mais nenhum ponto forte, são apenas ruins ou medianon em tudo. Resultado: a Aston caiu de quase-protagonista a figurante.
Aí cabeças começam a rolar… Do time foi dispensado o ex-Red Bull Dan Fallows da posição de diretor técnico e são esperadas novas mudanças. Isso porque, para 2025, a Aston Martin terá nomes de peso entrando: Adrian Newey e Enrico Cardile. Mas trazer gente boa não resolve se todos não trabalharem bem juntos em busca de um objetivo consensual.
Ainda assim, Mike Krack, atual chefe de equipe, deu a entender que 2025 oferece esperança. Ele acredita que os dados de túnel de vento apontam para grandes ganhos, mas que ainda não foram aplicados no carro atual e, como disse no parágrafo anterior, a chegada de Newey e Cardile também pode trazer um novo rumo. Até lá o pessoal atual só não pode errar a mão de novo.
Assim, o futuro da Aston Martin depende de resolver duas coisas: sua estrutura que parece haver muitos chefes e o desenvolvimento ineficaz do seu carro. Se não fizer isso, vai continuar sendo um time que promete (e custa) muito, mas entrega pouco e aí Lawrence Stroll, o dono do brinquedo, pode se cansar. A ver.
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