As videolocadoras deixaram saudades
Em um tempo não muito distante, alugar filmes em videolocadoras era um ritual esperado por muita gente
Em um tempo não muito distante, alugar filmes em videolocadoras era um ritual esperado por muita gente. Essas lojas, que faziam parte do cotidiano de milhares de pessoas, hoje são lembradas com uma mistura de nostalgia e saudades para quem tem mais de 25 ou 30 anos.
Com o avanço da tecnologia e a popularização dos serviços de streaming, a experiência de visitar um desses estabelecimentos já se tornou um marco do passado, mas não sem deixar uma marca em toda uma geração.
A era de ouro
Na década de 90 e início dos anos 2000, elas eram lugares importantes no bairro, clientes iam às lojas não apenas em busca de filmes, mas para ter uma experiência.
As paredes repletas de caixas de filmes, com capas coloridas que disputavam nossa atenção, serviam como uma vitrine para o vasto mundo do cinema. Às vezes você ia atrás de um filme, mas saia com outro completamente diferente.
Cada visita a uma era uma pequena aventura. A rotina de percorrer as prateleiras, ler sinopses e explorar novos títulos proporcionava um prazer que o streaming não pode igualar.
Uma experiência social e pessoal
Esse ato de exploração, muitas vezes acompanhado de debates e sugestões entre amigos ou familiares, ajudava a criar uma experiência socialmente enriquecedora. O ritual aluguel de filmes promovia uma forma de descoberta mais tangível. Tínhamos que confiar em suas próprias escolhas e nas sugestões de funcionários, que muitas vezes eram verdadeiros cinéfilos.
Escolher e sobretudo ver um filme não era um programa qualquer, as vezes até chamávamos amigos para assistirem juntos.
Este tipo de interação pessoal ajudava a orientar escolhas e expandir horizontes de maneira que os serviços automatizados de hoje não conseguem replicar completamente. Eram tempos mais simples, mais lentos.
Transição para o streaming
A chegado do streaming trouxe conveniência e acesso imediato a uma vasta biblioteca de conteúdos, mas a transição não veio sem sacrifícios. A dita personalização das recomendações pode ser eficiente, mas o fator humano, o programa de ir até uma videolocadora, torcendo para que aquele lançamento não estar esgotado e o prazer físico de pegá-lo, novinho e levar até os caixas, onde ainda podíamos comprar algum petisco ou descobrir uma promoção (alugue 3, pague 2), não têm substituto.
Hoje temos milhares de opções na ponta dos dedos num controle remoto, mas muitas vezes desanimamos com a sensação de que não tem nada realmente interessante no cardápio online.
Extintas, as videolocadoras tiveram um papel importante na nossa cultura cinematográfica e social. As memórias dessas visitas continuam a ser um lembrete do valor das experiências compartilhadas e do prazer simples de explorar o cinema de uma maneira mais pessoal, desfrutado e palpável.
Creio que só não sentimos saudades das multas por atraso ou por não devolver as fitas rebobinadas, quando ainda não existiam os DVDs.
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