Análise de Meio de Ano da Fórmula 1 – Parte 2
Vamos examinar as 5 equipes que estão no topo do grid e que lutam por pódios ou mesmo vitórias e o título.
Depois de destrincharmos, na semana passada, o desempenho das cinco equipes pior posicionadas no campeonado de contruturores da Fórmula 1 até essa pausa de férias, vamos examinar as cinco equipes que estão no topo do grid e que lutam, em circuntâncias normais, por pontos mais graúdos, pódios ou mesmo vitórias e o título:
1ª – Red Bull Racing Honda RBPT – 408 pontos
Depois da lavada que deram na concorrência no ano passado, esperava-se que a superioridade seguisse nesse ano, já que o regulamento e, portanto a base do carro vencedor, seguiram inalterados.
E assim foi no começo do campeonato, mas depois foram sendo alcançados pelos rivais, ao mesmo tempo que as novidades trazidas ora não se traduziam na vantagem esperada, ora tornavam o carro mais difícil de pilotar.
Em meio a isso acrescente uma bombástica denúncia de assédio envolvendo o chefe Christian Horner, um desgaste público entre Jos Verstappen, pai de Max, e o mesmo Horner, a saída de nomes importantes da equipe como o projetista Adrian Newey e o diretor esportivo Jonathan Wheatley.
Para coroar, apesar de Max permanecer tirando o máximo do carro, que já nem sempre era suficiente para uma vitória, seu companheiro Sergio Perez parecia meio perdido, pontuando muito mal e facilitando a escalada da McLaren na tabela de pontos, correndo risco de ser dispensado ao final do ano, apesar da renovação do contrato.
Como resultado, temos questionada a hegemonia da equipe não só para esse segundo semestre, mas como potencialmente para a próxima temporada também, o que poderia antecipar a saída do piloto holandês.
2ª – McLaren Mercedes – 366 pontos
Os carros laranjas tem sido referência para todo o grid em como conseguir produzir atualizações técnicas eficientes. Tudo que eles trazem parece funcionar e o carro, hoje, é tido como o único que pode enfrentar a Red Bull de Verstappen.
Além disso, por terem dois pilotos igualmente capazes, talentosos e valorizados, pontuam bem e motivam-se mutuamente. Norris perdeu algumas oportunidades em largadas (ou primeiras curvas) pouco felizes e sabe disso. Piastri, menos experiente, é muito rápido e erra pouco,e tem conseguido melhorar seu ritmo de corrida, seu calcanhar de Aquiles.
Se ambos corrigirem seus pontos fracos, temos a receita para disputas – e quem sabe conflitos – muito interessantes. Resta ver se a equipe estará preparada para lidar com isso e dar o próximo passo, que é pensar como “time grande” e acertar mais as estratégias de corrida e seguir produzindo boa evoluções a cada nova rodada de atualização dos carros.
3ª – Ferrari – 345 pontos
A Scuderia italiana começou o ano como a segunda força do grid. Parecia a única capaz de enfrentar os rubrotaurinos, mas foram ficando para trás a cada novo pacote aerodinâmico e hoje não parecem mais disputar as vitórias.
Leclerc segue muito rápido, venceu uma corrida, mas errou mais do que o esperado, mas parece ter reencontrado o prumo e voltou a sero maior pontuador interno.
Sainz, tido como um pouco menos veloz e mais racional que o companheiro, soube sair-se bem quando pôde, também venceu e mostra saber aproveitar e criar boas oportunidades, ainda que isso não tenha lhe garantido um convite de equipes grandes para o ano que vem (falamos disso aqui).
Esse mal de trazer atualizações que não funcionam não é exclusividade da Ferrari, na verdade, parece acometer quase todos no grid, mas no caso deles é mais visível pois a disputa no topo é mais renhida e quando uma equipe tropeça, duas ou três a superam, como foi o caso dos italianos, que agora prometem reagir.
4ª – Mercedes – 266 pontos
A equipe da estrela prateada parece o reverso da Ferrari: começou o ano como quarta força e depois de descobrir a razão da sua asa dianteira não funcionar como gostaria, aparentemente conseguiu destravar o desenvolvimento e hoje ameaça encostar na McLaren e Red Bull – mas antes tem que passar a Ferrari na tabela.
Seus pilotos também ganharam corridas esse ano, 3. Russell duas, mas como foi desclassificado e Hamilton herdou, ficou sendo este quem ganhou duas pela equipe. Ainda há uma sensação de que eles não estão lá na frente como esses resultados dariam a entender, precisando de mais tempo para se comprovar o tamanho da evolução, mas ela é nítida.
Tão nítida que Toto Wolff, chefe da equipe, tenta usá-la como chamariz para convencer Max Verstappen a se bandear para lá em 2025, justamente por estarem num viés ascendente, oposto ao que ele acredita – ou torce – estar a Red Bull.
5ª – Aston Martin Aramco Mercedes – 73 pontos
Se tem uma coisa que não se pode acusar a equipe dos carros verdes é de inconsistência: Desde o meio do ano passado ela não falha: só traz atualizações que não funcionam como esperado e com isso ou andam para o lado ou para trás, basta ver quão distantes estão de uma vitória e da Mercedes, rival imediatamente acima na tabela de pontos.
Estão contratando muita gente de peso, como o ex-Ferrari Enrico Cardile e o ex-Mercedes Andy Cowell e comenta-se que até Adrian Newey estaria a caminho a peso de ouro. Mas até todas essas estrelas se entenderem e conseguirem identificar os problemas do carro, para só então projetar e produzir soluções eficientes, vai demorar um pouco mais.
Até lá Fernando Alonso terá que tirar leite de pedra para marcar pontos e manter-se motivado, justamente por esse potencial real de médio prazo. Lance Stroll, seu companheiro e filho do dono da equipe, tem conseguido alguns bons resultados ocasionais, justamente quando o espanhol não se motiva, mas ele é apenas isso, um bom piloto, longe da excepcionalidade.
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