A política como negócio
Microempresários aproveitaram a "onda Marçal" para vender o boné com a letra “M” usado pelo ex-coach nos debates e entrevistas
O aparecimento de uma figura polêmica como Pablo Marçal (PRTB) não somente embola o meio de campo político como esse fenômeno também gera uma oportunidade de se ganhar dinheiro com a exploração de uma determinada imagem.
Durante essa semana, surgiram vários pequenos empreendimentos que aproveitaram a figura de Marçal para vender, no Mercado Livre, o boné com a letra “M” usado por ele nos debates ou entrevistas. Não há, entretanto, qualquer prova se essa venda está diretamente ligada ao comitê de campanha do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo.
No Mercado Livre, os preços dos bonés variam de 34 reais os mais simples a 128 reais os mais elaborados. Ou seja, há boné para todo e qualquer público.
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Nesta semana, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma reportagem demonstrando que o ex-coach utiliza o mesmo site de sua campanha para vender um curso de network. A prática, segundo especialistas em direito eleitoral, viola a legislação.
O tal curso de network é oferecido a 97 reais. Especialistas questionam exatamente essa simbiose entre o Pablo candidato e o Pablo empresário.
Os bonés de Pablo são o único problema?
Essa, inclusive, é o principal questionamento da campanha do PSB em relação ao ‘campeonato de cortes’ promovido por Pablo Marçal e que embasou a decisão da Justiça Eleitoral em primeira instância para suspender as redes sociais do ex-coach.
Na visão do PSB, os influenciadores que propagam os cortes de vídeos de Marçal nas redes sociais são custeados por empresas do ex-coach. Marçal, no entanto, nega e afirma que o próprio Google é responsável por financiar a propagação desses cortes a partir da audiência que eles têm gerado nas últimas semanas.
A tentativa de se lucrar com uma campanha eleitoral não é nova e remonta à polarização Lula x Bolsonaro de 2022. Na última campanha presidencial, eram comuns as vendas de toalhas, camisetas e artigos em alusão aos dois protagonistas daquela eleição. O clã Bolsonaro, conforme relatou Crusoé, também se aproveita da paixão dos eleitores bolsonaristas para vender canecas, chaveiros e outras bugigangas.
Ou seja, há sempre um esperto de plantão pronto para lucrar um pouco mais.
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