A disputa pela cadeira do Lira e a implosão do Centrão
Briga pela Presidência da Câmara vai dividir esse bloco de partidos fisiológicos - ressuscitado por Eduardo Cunha em 2013 - em dois
Líderes do Centrão afirmaram a O Antagonista que, ao anunciar que se retirava da corrida pela presidência da Câmara dos Deputados, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP) vendeu um consenso ao nome de Hugo Motta (PB) que nunca existiu. Na prática, a candidatura do parlamentar paraibano pode, inclusive, implodir o que se convencionou chamar de “Centrão”.
De um lado estão Ciro Nogueira (PP), Valdemar Costa (PL) e Marcos Pereira – unindo siglas como União Brasil, PL, PP e Republicanos – um bloco com 186 deputados; do outro, como mostramos na manhã desta terça-feira, 10, estão os líderes do PSD, Antonio Brito, e do União Brasil, Elmar Nascimento.
O acordo começou a ser selado na semana passada, quando Gilberto Kassab, presidente do PSD, entrou nas negociações em linha direta com o presidente do União, Antonio de Rueda. Os dois dirigentes partidários classificaram como golpe a tentativa de interferência de Pereira no processo de disputa pelo cargo mais importante do legislativo brasileiro.
Saiba mais: O governismo dos candidatos à Presidência da Câmara
O consenso entre Elmar e Brito, como mostramos, veio em encontro realizado na noite desta segunda-feira. Na prática, PSD e União agora vão andar juntos na briga pela sucessão de Lira.
Centrão rachado em dois?
A questão é que outros partidos devem fazer parte desse novo mega bloco que pode reunir integrantes do União Brasil, MDB, PDT, PSD, PSB e PSDB/Cidadania e Avante. Algo em torno de 324 deputados – incluindo-se aí a federação Brasil da Esperança – PT, PcdoB e PV.
Outro ponto importante é que esse bloco nasce com uma pecha governista, algo que encanta os olhos do presidente Lula. Oficialmente, o petista não quer interferir na disputa pela Presidência da Câmara; nos bastidores, no entanto, Lula trabalha diuturnamente para dinamitar o poder de Lira.
A entrada de Motta não somente dinamitou o poder de Lira como implodiu o Centrão, esse bloco de partidos fisiológicos ressuscitado pelas mãos de Eduardo Cunha (na época, no MDB) no longínquo ano de 2013. Agora, na disputa pela cadeira mais importante do legislativo (quiçá, da República), o Centrão pode ser enterrado de vez. Ou, pelo menos, ter uma cara diferente.
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