Nêumanne na Crusoé: “Nossa democracia fajuta entre pleitos”
Este é o primeiro de três anos sem votações para preenchimento de vagas nos Poderes Executivo e Legislativo...
Este é o primeiro de três anos sem votações para preenchimento de vagas nos Poderes Executivo e Legislativo federais. Então, está aberta a temporada da facilitação da ocupação de cargos eletivos que garantam a permanência da casta dirigente política e burocrática em seus castelos de chumbo, com a mínima transparência permissível. Nela agem todos os poderes para reduzirem o quão possível for o tal do que se exerce em nome do povo, mas o mais distante possível dos seus lares e o mais exclusivo possível dos palácios invioláveis. Aí entra em ação a elite judiciária, para abocanhar mais privilégios e avalizar a concreção da ilicitude legalizada.
Onze poderosos magistrados, reunidos, exercem a última instância da corte, o apodo favorito do tal Supremo Tribunal Federal, que nunca se perde pelo nome, ou STF. Quando o chefe do Executivo fazia o curso prático de exercício da casta hereditária, inapropriadamente denominada Índia, a primeira lady dançava sobre a meia centena de cadáveres do ciclone no Vale do Taquari e apagava a própria mensagem para não deixar vestígios da ousadia. O que se mostrou inviável. Afinal, um dos nobiliarcas que o “cara” nomeou para o posto “supremo”, Dias Toffoli, escarrou na inapelável lei ao anular acordo de leniência de uma empreiteira associada, criando um édito bem a propósito do privilégio de casta: manda quem nasce nobre, à ralé cabe obedecer. Com a mesma caneta que impediu a ida do ex-presidente, à época presidiário, de comparecer ao enterro de um irmão, Toffoli cancelou toda a leniência obtida pela Operação Lava Jato em busca da clemência improvável da vítima de sua asquerosa desumanidade.
A plebe ignara…
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