Um grupo de servidores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) divulgou uma nota, nesta semana, em que acusa à gestão atual de ignorar a comunicação pública pelos primeiros oito meses do governo Lula (PT).

Intitulado “Oito meses de governo sem comunicação pública”, o documento tece duras críticas ao indicado de Lula para comandar a empresa, Hélio Doyle.

Doyle toma “decisões que afastam a empresa do cumprimento de sua missão pública”, segundo a nota.

Ainda de acordo com o documento, a EBC passou por um redesenho que sacrificou a comunicação pública, sendo desfalcada em recursos, estrutura e pessoal durante o governo bolsonarista. Mais de duas dezenas de cargos do jornalismo público foram transferidos para o serviço governamental.

“Das imensas expectativas, vieram as primeiras grandes frustrações. Desfalcada em recursos, estrutura e pessoas durante o governo bolsonarista, a EBC passou por um redesenho, no qual a comunicação pública foi a principal sacrificada. Mais de duas dezenas de cargos do jornalismo público foram transferidos para o serviço governamental”, diz a nota.

Os integrantes da Frente em Defesa da EBC também acusam Lula de manter os níveis de orçamento considerados precários que foram aprovados durante os mandatos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

Uma das principais críticas está relacionada a uma medida provisória do governo Temer que extinguiu o mandato do diretor-presidente e do Conselho Curador, o que teria tornado a EBC “apenas um braço governamental”.

Os autores argumentam que a participação social na governança, característica de uma empresa de comunicação pública, não foi retomada — a medida provisória de Temer previa a criação de um Comitê Editorial no lugar do Conselho Curador.