PM sabia de risco de confrontos um dia antes do 8 de janeiro
A PM do Distrito Federal monitorava desde o sábado, um dia antes do 8 de janeiro, a possibilidade de que os atos de manifestantes bolsonaristas poderiam se converter em ações violentas naquele dia...
A PM do Distrito Federal monitorava desde o sábado, um dia antes do 8 de janeiro, a possibilidade de que os atos de manifestantes bolsonaristas poderiam se converter em ações violentas naquele dia. Uma série de mensagens trocadas via Whatsapp pela inteligência da corporação aparece na denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) para justificar a operação “Incúria”, que levou presos sete membros da cúpula da polícia, incluindo o comandante da tropa.
No relato dos procuradores, nas mensagens de 7 de Janeiro, a Agência Departamental de Inteligência da PMDF já havia identificado a chegada de 52 ônibus, com quase 2.500 pessoas, no QG do Exército. Em uma mensagem às 14h37 daquele dia, o subchefe da agência já indicava que “tá ficando quente aqui…geral com gritos de ‘vamos fechar tudo'”, seguido de “animosidade alta”.
“Foi observado ânimos com tendência a ficar exaltado. Foi observado comentário por parte de alguns presentes que pode haver confrontos, quando na Esplanada. Foi observado grupo de acampados, cerca de 15 possivelmente da segurança, recebendo orientação de como identificar infiltrados, seja policial ou de esquerda”, observou um terceiro membro de inteligência.
“A PM DF ainda reconheceu atividades anômalas de inteligência e de contrainteligência no interior do acampamento, comprovando-se grande organização dos insurgentes, os quais estariam dispostos a confronto para a ruptura do Regime Democrático”, escrevem os procuradores na denúncia, que são concisos ao tratar do papel dos policiais no ato. “Todos eles foram cientificados da dimensão e do risco inerente aos atos de 8 de janeiro de 2023.”
Em outra parte da denúncia que motivou a Incúria, o major no comando da tropa de choque responsável por guardar o Congresso Nacional é acusado de omissão ao permitir a entrada de manifestantes no prédio, atuando, segundo o MPF, de maneira conivente com vândalos que acabaram por destruir itens e roubar presentes dados por chefes de Estado.
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