MPF diz que PM agiu no 8/1 para facilitar entrada no Congresso
Na denúncia que apresentou para pedir a prisão da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, nesta sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) apontou indícios que lideranças da corporação, responsáveis pela segurança das sedes da República, foram omissas ao proteger os locais...
Na denúncia que apresentou para pedir a prisão da cúpula da PM do Distrito Federal, nesta sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) apontou indícios que lideranças da corporação, responsáveis pela segurança das sedes da República, foram omissas ao proteger os locais. Foi o que aconteceu com Flávio Silvestre de Alencar, major que era o responsável pelo batalhão de choque no Congresso Nacional.
O MPF aponta, com base em imagens de câmeras de segurança e depoimentos de membros da Polícia Legislativa da Câmara, que Alencar assumiu a segurança do prédio às 15h15 do dia 8 de Janeiro, chegando pela chapelaria da Casa. O grupo permanece por quatro minutos inerte dentro dos corredores, já tomado por manifestantes. “Aos poucos, notando que os agentes de segurança pública não agiriam para retirar os manifestantes ou para impedir o ingresso no Congresso Nacional, os insurgentes avançaram rumo ao Salão Verde, com aceitação da Polícia Militar do Distrito Federal, cujos homens chegaram a sinalizar para que os presentes prosseguissem com a invasão”, diz o MPF em sua manifestação.
Com isso, os homens sob o comando do major da PM se posicionam lateralmente, desobstruindo por completo o acesso ao Salão Verde e permitindo que um grande fluxo de pessoas se iniciasse. A ação seria oposta à Polícia Legislativa, que estava no Salão Verde, um andar acima, de fato afastando manifestantes que destruíam o local.
“Nota-se das imagens acima que os homens sob o comando do major mantiveram interações positivas e amigáveis com os insurgentes, que se ajoelhavam, saudavam e agradeciam aos policiais militares”, relata o texto. “Na sequência a seguir, policial indica o acesso ao Salão Verde a um dos insurgentes, movimenta a mão em sinal de avanço e recebe, como resposta, um agradecimento com sinal ‘positivo’.”
A operação, chamada de “Incúria”, levou presa a cúpula da PM nas invasões ao Congresso Nacional. Os procuradores disseram que há “a constatação de que havia profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da Polícia Militar do DF, que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.
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