Wassef recomprou Rolex após caso das joias chegar no TCU
Alvo da Operação Lucas 12:2, nesta sexta-feira (11), o advogado Frederick Wassef (foto) recomprou o Rolex saudita vendido ilegalmente por assessores de Jair Bolsonaro apenas em março, após...
Alvo da Operação Lucas 12:2, nesta sexta-feira (11), o advogado Frederick Wassef (foto) recomprou o Rolex saudita vendido ilegalmente por assessores de Jair Bolsonaro apenas em março, após o caso das joias sauditas chegar no Tribunal de Contas da União (TCU).
O Rolex platinado com diamantes modelo Day-Date integrava o terceiro dos três pacotes de joias que entraram ilegalmente no Brasil em 2019 na comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Wassef, que representa a família Bolsonaro, recuperou a joia nos Estados Unidos em 14 de março.
O Rolex fora vendido pelo general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid à loja Precision Watches, em Willow Grove, no estado americano da Pensilvânia, em junho de 2022.
“A investigação também trouxe fortes indícios de que FREDERICK WASSEF integrou o esquema criminoso, atuando na recuperação do relógio Rolex DAY-DATE, vendido para a loja PRECISION WATCHES. FREDERICK WASSEF viajou para os Estados Unidos, reavendo o bem no dia 14 de março de 2023”, diz a Polícia Federal em documento obtido por O Antagonista.
Naquela época, o TCU já havia determinado o congelamento das joias do segundo pacote de joias. A defesa de Bolsonaro prometeu devolver esse kit no dia 13.
A existência do terceiro pacote só veio a ser revelada ao final daquele mês, no dia 28. Wassef devolveu o relógio ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, no Brasil no dia seguinte.
A operação desta sexta integra o inquérito da milícias digitais e foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Dentre os alvos, além de Cid e Wassef, está o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, e o tenente Osmar Crivelatti, outro assessor de Bolsonaro.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Brasília, um em São Paulo e o último em Niterói, no Rio de Janeiro.
Os investigados são suspeitos de crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Nesta semana, em investigação da CPMI do 8 de janeiro, vieram à tona e-mails em que Mauro Cid cotou o valor do Rolex.
Cid descreve o relógio como “um presente recebido durante uma viagem oficial” e pede US$ 60 mil, equivalente a quase R$ 300 mil na cotação atual.
A apuração da PF aponta que o Rolex Day-Date foi vendido junto a um Patek Philippe, outro relógio de luxo, à Precision Watches em junho de 2022 por US$ 68 mil.
O Patek Philippe não integra o caso das joias sauditas, mas a PF acredita que esse relógio tenha sido um presente do Reino do Bahrein à Presidência do Brasil, o que configuraria outra aquisição ilegal do acervo pessoal de Bolsonaro.
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