Morte de presidenciável leva Equador a estado de exceção
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou estado de emergência no país por "grave comoção interna" após o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. O atentado...
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou estado de exceção no país por “grave comoção interna” após o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. O atentado ocorreu 11 dias antes das eleições marcadas para 20 de agosto. Até o momento, as eleições não foram adiadas. Seis suspeitos foram detidos, segundo o jornal El Universo.
“Os agentes da lei devem observar o padrão de uso legal da força e os princípios aplicáveis. Neste sentido, a Polícia Nacional e as Forças Armadas estão autorizada a fazer uso legítimo e excepcional da força em contextos de controle da ordem pública, proteção interna e segurança cidadã, nos termos da Lei Orgânica que regula o uso legítimo da força”, diz o Decreto executivo 841.
O decreto de doze páginas restringe, por 60 dias, alguns direitos, como a liberdade de reunião e a inviolabilidade do domicílio e da correspondência. Ele revoga um decreto anterior, de 23 de julho, que declarou, também por 60 dias, estado de exceção devido à grave comoção em Durán, na província de Guayas, e nas províncias de Manabí e Los Ríos. O decreto 824 foi expedido após o assassinato do prefeito de Manta, Agustín Intriago.
Quinto colocado na corrida pela presidência do Equador, Fernando Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça nesta quarta-feira ao sair de um comício em Quito. https://t.co/szIH88H2CS pic.twitter.com/ilq7S8pgUM
— O Antagonista (@o_antagonista) August 10, 2023
Lasso falou em rede nacional de rádio e televisão para repudiar os recentes ataques e garantiu que eles não ficarão impunes. “É um crime político que adquire caráter terrorista”, disse sobre o assassinato de Villavicencio, que era jornalista recentemente foi eleito (e perdeu o cargo de) deputado.
“Não temos dúvidas de que esse assassinato é uma tentativa de sabotar o processo eleitoral. Não é por acaso que esse ato condenável ocorre a poucos dias do primeiro turno presidencial”, disse o presidente, que agradeceu as condolências e manifestações de apoio de vários países e de organismos internacionais.
A política equatoriana está de cabeça para baixo desde maio. quando o parlamento foi dissolvido e Villavicencio, entre outros, perdeu seu assento na Assembleia Nacional. Lasso tomou a decisão de dissolver o parlamento como reação a um processo de impeachment, alegando crise política.
A “morte cruzada” usada por Lasso também pôs fim ao seu governo e implicou na convocação de eleições presidenciais antecipadas. Villavicencio estava na disputa, mas não era favorito, nem um candidato viável, segundo as pesquisas. Ele estava apenas em quinto lugar nas sondagens, apesar de ter destacado, antes de morrer, um levantamento em que aparecia em segundo lugar.
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