Na manhã desta quarta-feira (9), a Polícia Federal deflagrou a segunda etapa da Operação Jogada Ensaiada, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que manipula resultados em partidas de futebol.

Sessenta policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Aracaju (SE), Araguaina (TO), Assu (RN), Belo Horizonte (BH), Brasília (DF),  Campina Grande (PB), Fortaleza (CE), Igarassu (PE), Rio de Janeiro (RJ(, São Paulo (SP) e Sumaré (SP).

As equipes visitaram endereços de empresários, jogadores de futebol e apostadores suspeitos de envolvimento no esquema.

A primeira fase da operação aconteceu em outubro do ano passado, para investigar fraudes no futebol de Sergipe. No decorrer das investigações, após a análise dos materiais apreendidos, a operação acabou revelando um esquema muito maior, de âmbito nacional.

Foram identificadas manipulações em campeonatos estaduais e nos campeonatos brasileiros das séries C e D.

Diálogos entre empresários (representantes de jogadores), apostadores e dirigentes revelaram que os envolvidos combinavam a manipulação de resultados de partidas de futebol com objetivo de obter ganhos ilícitos em sites de apostas. Acredita-se que a organização criminosa movimentou cerca de R$ 11 milhões.

Os acusados vão responder por  por crimes previstos na lei geral do esporte e organização criminosa.

Operação Bet

No último dia 19, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou outra operação, batizada de Bet, também com o objetivo de investigar quadrilhas que alugavam clubes de categorias menores que pagavam jogadores para realizar o que desejavam em casas de apostas.

Na Bet, que dura mais de um ano, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e nove de busca de pessoas. Os clubes Sapucaiense, Tamoio, Santo Ângelo, Farroupilha, de Pelotas e o Orleans-SC são alguns que estão envolvidos no esquema de manipulação.

De acordo com a Sportradar, empresa suíça que monitora esses indícios de irregularidades pelo mundo, o Brasil se tornou um dos países com mais suspeitas de fraudes e manipulação em jogos esportivos.

Segundo a empresa, o país teve no ano passado 152 possíveis casos de fraude. O Brasil é seguido pela Rússia (92), República Tcheca (56), Cazaquistão (43), China (41), Grécia (40) e Argentina (39).

Em 17 de maio, foi instalada a CPI das Apostas Esportivas, como decorrência da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que investiga a possível manipulação de resultados de partidas de futebol.