Um ‘boi de piranha’ chamado Carla Zambelli
A deputada federal Carla Zambelli, alvo de uma ação da Polícia Federal nesta quarta-feira (02), suspeita de ter arquitetado um plano para grampear o ministro do STF Alexandre de Moraes está só. Absolutamente só...
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), alvo de uma ação da Polícia Federal nesta quarta-feira (02), suspeita de ter arquitetado um plano para grampear o ministro do STF Alexandre de Moraes está só. Absolutamente só.
Aliada de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, a parlamentar foi jogada à cova dos leões nesta quarta-feira. Poucos (e corajosos, diga-se) deputados ousaram defendê-la. Há um medo coletivo: qualquer manifestação mais incisiva de apoio a Zambelli pode soar como provocação ao ministro Moraes. E os bolsonaristas não são burros – quando se trata de Moraes, todo o cuidado é pouco.
Segundo a decisão do STF, a parlamentar queria grampear Moraes, procurar algo que o desabonasse e usar isso para gerar um clima de instabilidade política no país. Um plano semelhante ao planejado pelo ex-deputado federal Daniel Silveira, hoje detido no Rio de Janeiro.
Uma atitude infantil, diga-se. E ilegal. Não se grampeia ministro de STF; não se provoca desnecessariamente Alexandre de Moraes. Os fins nunca justificam os meios.
Integrantes do PL e aliados da parlamentar também pensam assim. Pelo próprio depoimento de Walter Delgatti – o hacker de Araraquara -, Zambelli agiu por conta própria. Sem as bênçãos do ex-presidente da República. Em oitiva, Delgatti declarou que conversou com Bolsonaro no Palácio do Alvorada, mas seu interesse estava relacionado apenas às urnas eletrônicas. “O ex-presidente não teve qualquer relação com a invasão ao sistema do CNJ”, declarou Delgatti à PF.
O ex-presidente não esconde de ninguém que ficou irritado com a cena dantesca protagonizada por Zambelli de ter saído com arma em punho, em São Paulo, na véspera das eleições. Ele nunca falou sobre isso publicamente, mas nos bastidores responsabiliza a deputada pela perda de votos importantes no maior colégio eleitoral do país. O que, na visão de alguns aliados, foi determinante para a sua derrota no ano passado.
A operação de hoje da PF revela mais uma Operação Tabajara orquestrada pelo entorno do ex-presidente da República. Pode ter sido uma brincadeira sem graça, como disse Zambelli na coletiva de imprensa; mas uma brincadeira com consequências imprevisíveis. Afinal de contas, integrantes do PL já defendem a entrega de uma cabeça para Moraes para acabar com esse clima conflagrado e livrar Jair Bolsonaro da prisão. E não é de se duvidar que essa cabeça seja justamente a de Zambelli.
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