Defensoria pede fim de operação no Guarujá após morte de 16 pessoas
A Defensoria Pública de São Paulo solicitou hoje (2) à Secretaria de Segurança Pública do estado a interrupção da Operação Escudo, deflagrada na última sexta-feira, no dia seguinte ao...
A Defensoria Pública de São Paulo solicitou hoje (2) à Secretaria de Segurança Pública do estado a interrupção da Operação Escudo, deflagrada na última sexta-feira, no dia seguinte ao assassinato de um policial da Rota. Desde que a ação policial no litoral de São Paulo foi iniciada, contam-se 16 mortes.
No mesmo ofício, a Defensoria também solicitou que os policiais envolvidos nessas mortes sejam afastados do trabalho nas ruas. Caso as forças de segurança considerem a continuidade da operação necessária, devem justificá-la por escrito para o Ministério Público, diz a Defensoria, acrescentando que todos os participantes da operação devem usar câmeras em seus uniformes — apesar de o uso ser obrigatório, não há aparelhos para todos os agentes.
O governo de São Paulo havia informado que as ações devem seguir até 28 de agosto. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a dizer que não houve excesso na operação, que foi encampada pessoalmente pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Dias depois, Tarcísio modelou o discurso, prometendo punir possíveis desvios.
A Defensoria anunciou ontem que “vai prestar atendimento e colher relatos de vítimas e testemunhas de violência policial decorrente da operação em curso na cidade de Guarujá, no litoral paulista”. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, chegou a dizer que a reação da polícia paulista “não parece proporcional”, mas acrescentou que as autoridades do estado são responsáveis pelo assunto.
Operação Escudo
A Secretaria de Segurança informou hoje que prendeu 58 pessoas nos cinco dias da Operação Escudo. Dos detidos, 38 foram presos em flagrante e 20 eram procurados da Justiça. “Outros quatro adolescentes foram apreendidos por tráfico de drogas”, informaram as autoridades de segurança por meio de nota.
Até ontem, tinham sido apreendidos 385 quilos de drogas e 18 armas, entre pistolas e fuzis. “Nos cinco dias a polícia vistoriou 2.125 automóveis, dos quais 123 foram removidos, e 916 motocicletas, das quais 78 foram recolhidas”, diz a nota da Secretaria.
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