Zema: “Tem gente no governo que não quer que MG e ES sejam compensados”
O governado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reclamou em entrevista a O Antagonista concedida nesta segunda-feira (31) da demora do governo Lula em sacramentar o acordo com a Samarco pela tragédia de Mariana, de 2015...
O governado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reclamou em entrevista a O Antagonista concedida nesta segunda-feira (31) da demora do governo Lula em sacramentar o acordo com a Samarco pela tragédia de Mariana, de 2015. “Só depende do governo governo federal para ser sacramentado. Minas e Espírito Santo são os autores desse acordo, e só está dependendo da União sacramentar a parte dela”, comentou.
O rompimento da barragem do Fundão, em novembro de 2015, causou a morte de 19 pessoas e devastou o Rio Doce. O Ministério do Meio Ambiente criou no mês passado um grupo de trabalho para analisar a repactuação do “acordo do Rio Doce”. Os trabalhos estão previstos para terminar em até 180 dias.
“Me parece que tem gente que não quer que Minas e Espírito Santo recebam aquilo que custou vidas e também destruição ambiental e que as pessoas sejam compensadas”, diz Zema, mencionando pescadores no vale do Rio Doce que “até hoje não receberam nada”. “E é um governo que se diz social”, critica o governador.
Estradas
Na entrevista, o governador fala também sobre o trabalho para recuperar a malha viária de Minas Gerais, uma das prioridades de seu segundo mandato. “Assisto casos de produtor rural que fala: ‘Não consigo mais vender a minha fruta para São Paulo ou Belo Horizonte porque o caminhão trepida tanto na estrada que a minha fruta chega danificada no destino’”. comentou.
Privatizações
Outro tópico da conversa é sua política de privatizações. ”A Cemig [companhia estatal de energia] hoje tem mais de 100 CNPJs a menos do que ela tinha quatro anos e meio atrás”, compara Zema ao comentar a proposta legislativa para dispensar referendo popular para privatizar a empresa de energia de Minas Gerais.
Provincianismo
Nesse contexto, o governador criticou o “provincianismo mineiro”: “Uma das maiores críticas que eu tive foi colocar à frente da Cemig um presidente competente, que fez o valor dela se multiplicar por três, mas que tinha um defeito que eu não consegui superar: não era mineiro, era paulista”.
Frases
Zema também comentou as polêmicas frases que publicou nas redes sociais nas últimas semanas. ”Se você publicar uma frase do demônio, não quer dizer que você é demônio. Algumas frases devem ser vistas como alerta”, disse o governador sobre as citações que fez recentemente de Mussolini e James Madison.
Novo
O governador de Minas também fez uma crítica ao antigo diretório nacional do partido Novo, que queria, segundo ele, que todos os parlamentares da legenda votassem da mesma forma. “Isso hoje é passado, o partido foi reinventado”, defende Zema, destacando que “os princípios do liberalismo, da ética e da transparência” permanecem. “A essência permanece, o que mudou foi a operação”, diz.
Zema mira a eleição de vereadores na disputa municipal do próximo ano, mais uma vez criticando a antiga condução do partido, que “queria fazer a cobertura do prédio antes de construir o prédio”. Ele garantiu ainda que pretende permanecer no partido, afastando mais uma vez as especulações de que poderia mudar de legenda.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)