O que Gonçalves Dias escondeu
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, Gonçalves Dias (foto) mandou omitir do Congresso informes da Abin sobre o 8 de janeiro, diz a Folha de S. Paulo...
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, Gonçalves Dias (foto) mandou omitir do Congresso informes da Abin sobre o 8 de janeiro, diz a Folha de S. Paulo.
“A pedido da Comissão de Atividades de Controle de Inteligência, o GSI encaminhou ao Congresso um documento com informes de inteligência disparados pela Abin entre os dias 2 e 8 de janeiro. A relação, enviada à comissão no dia 20 de janeiro, continha mensagens dirigidas a diferentes órgãos pelo WhatsApp. Não apresentava, porém, os informes que tinham sido enviados, segundo a agência, diretamente a GDias (nome pelo qual o general é conhecido)”, afirma a reportagem.
O jornal diz ter apurado que o militar mandou omitir esses informes de uma minuta submetida previamente a ele, sob o argumento de que essa troca de informações não ocorreu por canais oficiais. À época, a agência era comandada por Saulo Moura da Cunha. Ele deixou o posto em março e passou a ocupar um cargo no próprio GSI a partir de abril, durante a gestão de Gonçalves Dias, que caiu após a divulgação de imagens da invasão às sedes dos três Poderes. Depois, em 1º de junho, Saulo pediu exoneração.
Os alertas enviados ao então ministro só foram encaminhados ao Congresso em maio, por meio de um novo relatório da Abin, com os informes que, segundo a agência, foram disparados diretamente para Gonçalves Dias. A Abin afirma que o ex-GSI recebeu os alertas de inteligência em seu próprio WhatsApp entre os dias 6 e 8 de janeiro. Três deles, diz a agência, foram enviados exclusivamente a GDias.
“O conteúdo das mensagens enviadas pelo WhatsApp já indicava na noite de sexta-feira, dia 6 de janeiro, o risco de invasão do Congresso, a possibilidade de ações violentas em outros edifícios da Esplanada e a existência de manifestantes armados”, afirma a reportagem.
Procurado, o advogado André Callegari, que defende o ex-ministro, afirmou em nota que não tem “esses documentos” mencionados, que o tema está sob sigilo e que o general tem respondido a todas as perguntas feitas no âmbito das investigações.
Ontem, parlamentares que integram a CPMI do 8 de janeiro rejeitaram pedidos para convocar Gonçalves Dias e Saulo Moura da Cunha.
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