Deputado que quebrou placa de Marielle Franco questiona homenagem em universidade estadual
Quase cinco anos após quebrar a placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, o deputado estadual mais votado do Rio de Janeiro, Rodrigo Amorim (PTB), questionou, nesta semana, a “legitimidade de homenagem a uma cidadã", alegando que há ela é utilizada como "instrumento de aparelhamento ideológico devido ao teor da mensagem”...
Quase cinco anos após quebrar a placa com o nome de Marielle Franco, assassinada em 2018, o deputado estadual mais votado do Rio de Janeiro, Rodrigo Amorim (PTB), questionou, nesta semana, a “legitimidade de homenagem a uma cidadã”, alegando que a ex-parlamentar é utilizada como “instrumento de aparelhamento ideológico devido ao teor da mensagem”.
A justificativa consta em um ofício enviado, na segunda-feira última (22), à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), de Campo de Goytacazes (RJ). No documento, Amorim pede providências sobre uma faixa fixada na grade de proteção do Campus com o nome de Marielle e a frase “Semente, presente hoje e sempre”.
Segundo o documento, ao qual O Antagonista teve acesso, o gabinete do deputado recebeu “reclamações de vários cidadãos” sobre a manifestação. Segundo as denúncias, há o envolvimento direto da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (ADUENF) na homenagem à ex-parlamentar.
“[Esse] Fato conflita diretamente com a defesa dos direitos e interesses dos docentes ao ignorar a importância da garantia e manutenção de um ambiente de fomento à diversidade de opiniões e ideias dentro das instituições de ensino público, sem que sejam incentivados atos de viés ideológico e partidário”, diz Amorim no ofício.
No dia seguinte, o reitor Raul Ernesto Lopez Palacio respondeu ao deputado esclarecendo que, conforme solicitado, foi realizada uma diligência ao local indicado e não foi constatada nenhuma mensagem que pudesse ferir qualquer valor democrático e republicano. “A simples menção ao nome da vereadora não configura aparelhamento ideológico, mas um grito por justiça”, diz.
Ele pede ainda para que o deputado se junte às pessoas que clamam por justiça, pelo rigor na apuração do crime contra Marielle e pela punição dos culpados, inclusive mandantes.
“Como parlamentar, o sr. certamente está ciente que a verdadeira ameaça à democracia é a impunidade nos crimes cometidos contra parlamentares e as instituições republicanas estabelecidas pela Carta Magna.”, finaliza.
A reportagem aguarda um posicionamento do deputado Rodrigo Amorim.
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