Nova regra de preços da Petrobras abre precedentes interferência política
O mercado ainda não reagiu a nova política de preços da Petrobras. O gestor da área de energia e química sustentável…
O mercado teme que a nova política de preços da Petrobras aumente a possibilidade de interferência do governo na estatal. O gestor da área de energia e química sustentável da MaxiQuim, Maurício Jaroski, criticou o fato de a periodicidade dos reajustes ficar em aberto, o que deixa setor sem parâmetro.
“Tenho certeza que gera insegurança no mercado. Deixa a porta aberta para preços mais políticos do que a empresa performática bem”, analisa a pedido de O Antagonista.
Maurício afirma que a interferência abriu um precedente e ainda não caiu o preço efetivamente.
André Braz, economista e coordenador dos Índices de Preços do Ibre/FGV, pondera que o modelo adotado é menos transparente e aumento o risco de ingerência política.
“Ficou meio confuso para saber em que momento vai acontecer. Temos que entender se essa regra não depressiar o capital da Petrobras e que impactos isso traria”, avalia.
Ele explica que os efeitos da redução serão sentidos entre até julho, mas os preços voltarão a subir. Com isso, o impacto na inflação será pequeno.
“Isso não altera muito a expectativa de inflação. É um jogo de soma zero: cai agora, mas volta a subir em julho”, destaca.
A Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes (Abrilivre) comemorou a mudança e afirmou que a nova política vai garantir preços mais baixos no mercado interno.
“Além da mudança na política de preços da Petrobras, a própria estatal precisa rever sua política de cotas, incentivando e favorecendo a compra de gasolina e diesel de por parte de pequenas e médias distribuidoras, assim como o atual governo precisa rever as regras de abertura e compartilhamento de bases de distribuição”, defende Rodrigo Zingales, diretor executivo da AbriLivre.
A Petrobras informou nesta terça (16) que sua diretoria executiva aprovou uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, o representa o fim da paridade de preços do petróleo – e dos combustíveis derivados – com o dólar e o mercado internacional.
Pela regra, que está em vigor desde 2016 e foi criticada diversas vezes pelo presidente Lula, o preço desses produtos no mercado interno acompanha as oscilações internacionais. Essa era uma promessa de campanha.
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