Jair Bolsonaro, a PF e o ‘efeito Zolpidem’
Tem feito parte do imaginário coletivo os efeitos anedóticos da utilização do hipnótico com leve efeito sedativo, relaxante e ansiolítico chamado Zolpidem. Medicamento indicado apenas para casos graves de insônia, mas que virou modinha em vários círculos sociais...
Têm feito parte do imaginário coletivo os efeitos anedóticos da utilização do hipnótico com leve efeito sedativo, relaxante e ansiolítico chamado Zolpidem. Medicamento indicado apenas para casos graves de insônia, mas que virou modinha em vários círculos sociais.
Já se falou um pouco de tudo sobre os efeitos do tal Zolpidem. Tudo ao estilo “Se Beber, Não Case!”: episódios compulsivos de compras, ataques de comilança, pedidos de retorno com o ex-namorado (marido), choro compulsivo, troca de nudes com crushs aleatórios, enfim. Ao fim de 6 ou 8 horas, o efeito passa e a vergonha fica. Basta procurar no Twitter ou em sites especializados.
Hoje, em depoimento à Polícia Federal, Jair Bolsonaro disse aos investigadores que compartilhou um vídeo com ataques às eleições por engano – a publicação foi vista pela PGR como endosso às invasões às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
O advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, afirmou que o capitão reformado publicou o vídeo sob efeito de sedativos, já que ele estava internado em Orlando após passar por uma crise de obstrução intestinal. Seria esse um novo “efeito Zolpidem” ou de seus primos analgésicos?
“Por acaso, justamente nesse período, o presidente estava internado em um hospital em Orlando. Justamente no período entre o dia 8 e o dia 10 [de janeiro] ele teve uma crise de obstrução intestinal, isso está documentado, foi submetido a um tratamento com morfina, ficou hospitalizado e só recebeu alta na tarde do dia 10”, declarou o advogado.
Essa não é a primeira vez que o ex-presidente utiliza esse tipo de desculpa para se livrar de encrencas com a PF. Não é uma tática das mais inteligentes, diga-se. Afinal, na política, como na vida, o “efeito Zolpidem” é temporário. Mas a vergonha (ou quem sabe culpa) é permanente.
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