A CPMI do 8 de Janeiro se tornou indispensável A CPMI do 8 de Janeiro se tornou indispensável
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A CPMI do 8 de Janeiro se tornou indispensável

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 19.04.2023 15:51 comentários
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A CPMI do 8 de Janeiro se tornou indispensável

A história da invasão da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro se complicou imensamente. A CNN divulgou imagens inéditas de câmeras de segurança do Palácio do Planalto. Elas mostram o general Marco Edson Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional e homem de confiança de Lula, interagindo amistosamente com invasores do prédio, no hall de acesso ao gabinete do presidente da república...

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 19.04.2023 15:51 comentários 0
A CPMI do 8 de Janeiro se tornou indispensável
Reprodução - CNN Brasil

Na manhã desta quarta-feira (19), a história da invasão da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro se complicou imensamente.

A CNN divulgou imagens inéditas de câmeras de segurança do Palácio do Planalto. Elas mostram o general Marco Edson Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional e homem de confiança de Lula (foto), interagindo amistosamente com invasores do prédio, no hall de acesso ao gabinete do presidente da república.

As cenas sugerem duas possibilidades, ambas perturbadoras: ou o general optou por agir de maneira branda com vândalos, ou aquelas eram pessoas conhecidas, senão amigas.

Nenhuma dessas hipóteses pode ser descartada de antemão. O general – ministro do governo Lula – deve prestar esclarecimentos detalhados ao país.

Ele poderia ter começado a desvendar o caso já nesta tarde, uma vez que tinha audiência marcada na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para tratar, justamente, do 8 de Janeiro. Mas escapou do compromisso, apresentando um atestado médico. 

As ligações dos atentados em Brasília com o discurso político de Jair Bolsonaro são tantas e tão evidentes que até ontem a ideia de uma CPMI para investigar os acontecimentos parecia mera tentativa de turvar as águas – uma oportunidade para relativizar os acontecimentos e diluir responsabilidades.

Não é mais assim. As cenas que vieram a público justificam uma investigação mais ampla e detida dos fatos.

Não é só Gonçalves Dias que age, diante dos manifestantes, como se nada de extraordinário estivesse em curso do lado de fora. O mesmo vale para integrantes de sua equipe.

Em uma sequência de imagens, novamente em frente à porta do gabinete presidencial, um deles distribui garrafas de água a gente vestida de verde e amarelo que não deveria estar ali. Em outro momento, os agentes do GSI indicam um caminho alternativo para que os invasores deixem o andar.

A ideia de que houve leniência de integrantes do governo com as invasões não pode mais ser menosprezada.

O fato de que os apoiadores de Jair Bolsonaro queriam um golpe militar não mudou, mas até mesmo a possibilidade de que gente se infiltrou na marcha sobre os Três Poderes para causar destruição já não pode ser tratada como simples teoria da conspiração.

Há dúvidas plausíveis no ar. É hora de suspender juízos e exigir explicações.

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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