Ex-CEO diz que Americanas não se mostrou disposta a expor rombo
Sergio Rial (foto), ex-CEO da Lojas Americanas que deflagrou a crise da varejista ao divulgar seu rombo, disse nesta terça-feira (28) que a empresa não se mostrou disposta, durante sua curta gestão, a expor os dados financeiros que indicariam uma dívida bancária muito maior do que...
Sergio Rial (foto), ex-CEO da Lojas Americanas que deflagrou a crise da varejista ao divulgar seu rombo, disse nesta terça-feira (28) que a empresa não se mostrou disposta, durante sua curta gestão, a expor os dados financeiros que indicariam uma dívida bancária muito maior do que a esperada. Em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele disse que a empresa não foi proativa.
“Do dia 4 ao dia 11 eu não recebi algo no papel, eu não recebi algo como se fosse um mapa — eu extraía a conta-gotas as informações, dia após dia, de maneira incessante, com o ex-diretor financeiro”, disse aos senadores. “Não havia uma predisposição [do setor contábil]: ‘deixa eu lhe explicar como tudo aconteceu e por que aconteceu’.”
Rial completou: “O que eu sabia é que a empresa tinha muito mais dívida bancária do que o reportado — e o que eu não sabia era como conseguiam fazer isso por tanto tempo e o porquê.”
Ele diz que o rombo foi descoberto no dia 4. “A dívida bancária da empresa, que no 3º Trimestre era de 19 bilhões, com o número [extra] que eu vi de R$ 15,9 bilhões, a dívida bancária dessa empresa se torna 35, 36 bilhões de reais. Com um patrimônio líquido de 16 bilhões de reais, eu tenho a partir daquele momento a absoluta consciência de que a empresa tem estrutura patrimonial de insolvência”, concluiu.
Membros da gestão anterior decidiram não comparecer à audiência no Senado, assim como representantes da empresa de auditoria.
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