Flávio Bolsonaro (PL, foto) se pronunciou sobre a possibilidade de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), ficar inelegível. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o senador afirmou que seria uma “atrocidade” se o Tribunal Superior Eleitoral proibisse o ex-presidente de participar das próximas eleições.

“Eu confio que o Judiciário não vai se deixar contaminar. Se isso [inelegibilidade] acontecesse, seria a maior atrocidade das últimas décadas. Não tem razão de você querer tirar na canetada uma pessoa que claramente representa grande parte da sociedade. Isso é interferir na democracia. […] Eu não acredito na inelegibilidade dele. Tem que haver uma ruptura absurda com a lei, com a Constituição”, disse o parlamentar.

Ainda durante a entrevista, Flávio minimizou a minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. “O que foi feito com essa minuta? A validade desse documento é zero. O documento é apócrifo, não tem assinatura de ninguém. O fato de ter um papel aqui falando uma coisa mais absurda não significa que você vai usar aquilo para alguma coisa. De repente ele esqueceu de jogar fora o papel. Ideia absurda todo mundo recebe o tempo inteiro. O presidente já falou publicamente que nunca leu documento parecido com aquilo”, afirmou o senador.

O parlamentar também voltou a dizer não há como vincular Bolsonaro aos atos de 8 de janeiro. Questionado se o ex-presidente, que segue sem reconhecer a derrota para Lula (PT), poderia ter evitado os protestos em frente a quartéis contra o resultado das eleições, Flávio respondeu:

“Não, porque o presidente não mandou ninguém ir. As pessoas têm o direito de se manifestar. O Lula assumiu a Presidência. Então não tem como vincular ele [Bolsonaro] ao dia 8.”