Crise bancária e nível de juros devem ser foco na semana
A semana começa com ansiedade pelo (ainda secreto) conjunto de novas regras fiscais apresentado por Haddad a Lula na sexta-feira passada. O arcabouço, que seria divulgado até sexta-feira conforme antecipava o ministro da Fazenda, não passou pelo crivo do presidente...
A semana começa com ansiedade pelo (ainda secreto) conjunto de novas regras fiscais apresentado por Haddad a Lula na sexta-feira passada. O arcabouço, que seria divulgado até sexta-feira conforme antecipava o ministro da Fazenda, não passou pelo crivo do presidente e ainda receberá ajustes. A ideia de usar a proposta para pressionar o Banco Central a indicar novos cortes nos juros parece cada vez mais distante, visto que o PLP (Projeto de Lei Complementar) que será apresentado ao Congresso Nacional parece ainda precisar de alguns dias para ser finalizado.
Enquanto isso, investidores se preparam para uma semana que promete ser agitada. No domingo, as autoridades suíças finalmente conseguiram fechar um acordo entre o UBS e o Credit Suisse, que envolve a compra do segundo por US$ 3,2 bilhões pelo primeiro. A manobra, feita para acalmar os mercados, não obteve o efeito desejado até agora. As ações de ambos os bancos são negociadas em queda e os títulos mais arriscados do CS foram marcados a zero, o que tem levado papéis de dívidas com o mesmo perfil sofrerem grandes perdas nesta segunda.
Nos EUA, o FED (Federal Reserve) anunciou no fim de semana que se uniu ao Banco do Canadá, Banco da Inglaterra, Banco do Japão, Banco Central Europeu e Banco Nacional Suíço em ação para aumentar o fornecimento de liquidez por meio de acordos de linha de swap de dólar. Além disso, a Coalizão de Bancos de Médio Porte divulgou um pedido de prorrogação do seguro para todos os depósitos para as instituições pelos próximos dois anos.
Na agenda econômica, o mercado se prepara para a super-quarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, definirão a nova taxa de juros. Por aqui, a expectativa dominante é de que a Selic seja mantida no patamar atual (13,75% a.a.), mas o Copom (Comitê de Política Monetária) deve indicar que está preocupado com a contração no crédito e que pode começar a promover reduções nos juros em breve. Nos EUA, a autoridade monetária deve aumentar as taxas em 0,25 p.p. apesar das pressões para uma pausa no ciclo de alta de juros como forma de reduzir o estresse sobre o sistema bancário.
Além disso, na sexta-feira, o mercado conhecerá o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – 15, também conhecido como a prévia da inflação oficial. A expectativa é de mais uma desaceleração nas leituras mensal e anual, o que abriria espaço para o início do ciclo de corte de juros.
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