Fala do cidadão do FED deve mexer com juros
A terça-feira começou com dados do comércio exterior chinês abaixo do esperado pelo mercado, com importações recuando mais de 10% no primeiro bimestre (contra expectativa de retração de 5,5% ) e exportações caindo 6,8% no período...
A terça-feira começou com dados do comércio exterior chinês abaixo do esperado pelo mercado, com importações recuando mais de 10% no primeiro bimestre (contra expectativa de retração de 5,5% ) e exportações caindo 6,8% no período. Embora o dado sobre as exportações tenha ficado acima do consenso de mercado (-9%), a forte queda nas importações acende uma luz de alerta para a retomada da demanda interna chinesa. Isso, somado ao anúncio da menor meta de crescimento do gigante asiático em décadas preocupou investidores, e as bolsas chinesas acabaram encerrando o dia em baixa.
Na Europa, no entanto, dados de retomada das encomendas à indústria na Alemanha animaram os mercados. Na leitura mensal, o indicador registrou alta de 1% em janeiro, contra uma expectativa de queda de 0,7%. O número foi impactado positivamente por pedidos relacionados a bens de capital, em especial, para construção de aeronaves e motores de veículos. O EuroStoxx 600, índice que reúne as 600 maiores empresas do continente. operava em alta de 0,20%, às 7h45.
A atenção dos investidores globais, no entanto, está voltada para a fala do presidente do FED, Jerome Powell, às 12h (horário de Brasília), no painel do Comitê Bancário no Senado norte-americano. Como sempre, o mercado estará de ouvidos atentos a pistas de Powell sobre a trajetória do aperto monetário. A curva de juros futuros nos EUA precifica uma elevação das taxas acima de 5,6%, o que exigiria aumentos somados de até 1 p.p, sobre o FED Funds (espécie de Selic norte-americana) atual, que está em 4,75%.
Apesar do cenário de contração monetária, os juros voltaram a ficar abaixo de 4% para os títulos de 10 anos, papéis tidos como referência para o mercado. Com isso, os índices acionários norte-americanos apontam para um dia de ganhos modestos em Wall Street. Os futuros do S&P 500 operavam em alta de 0,21%, e os de Nasdaq, com ganhos de 0,34%, às 7h53.
Por aqui, os investidores devem reagir ao IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) que deve ficar estável na leitura de fevereiro (0,02%) e continuar a desinflacionar na comparação anual, passando de 3,01% em janeiro para 1,51% agora.
Além disso, informações sobre o novo arcabouço fiscal e nomes para diretorias do Banco Central podem mexer com as expectativas durante o dia. Vale lembrar que, embora o governo tenha como meta entregar a proposta da nova âncora fiscal antes do dia 21 de março (quando tem início a próxima reunião do Copom), o texto ainda será discutido com a área econômica e, posteriormente, com o presidente Lula. Quanto aos nomes para substituir os atuais diretores de Fiscalização e de Política Monetária do Banco Central, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avisou ontem que deve apresentar sugestões ao presidente, mas não há pressa porque as comissões responsáveis pela análise das indicações no Senado sequer estão formadas.
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