Reoneração de combustíveis no radar de investidores
A definição do governo sobre o futuro da isenção de tributos sobre os combustíveis está no radar da semana. A reoneração será uma sinalização importante para o mercado sob diversos aspectos...
A definição do governo sobre o futuro da isenção de tributos sobre os combustíveis está no radar da semana. A reoneração será uma sinalização importante para o mercado sob diversos aspectos.
Do lado fiscal, demonstraria a preocupação com as contas públicas acima do cuidado com a popularidade, vez que o impacto na bomba deve chegar a R$ 0,70 por litro de gasolina. Em âmbito corporativo, pode confirmar as prováveis mudanças na política de preços praticados pela Petrobras – o que pode penalizar as ações da estatal no curto prazo. Por fim, na seara política mostrará como está o equilíbrio de forças entre a ala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o grupo da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Haddad tem defendido a reoneração a partir de 1º de março, logo após a perda de validade da medida atual.
Além disso, a semana também deve trazer os nomes indicados pelo governo para substituir dois diretores do Banco Central, cujos mandatos terminam nesta terça-feira (28/2). O diretor de Fiscalização da autarquia, Paulo Souza, deve ser reconduzido no cargo, mas o diretor de Política Monetária, Bruno Serra, avisou que não pretende ficar. O nome do substituto de Serra deve sinalizar ao mercado o alinhamento ideológico do Banco Central sob Lula. Até o fim do ano que vem, todos os diretores e o presidente da autoridade monetária poderão ter sido trocados em função do fim dos mandatos.
Por fim, o mês de março ainda deve trazer a apresentação da proposta do novo arcabouço fiscal do governo, conforme prometido pelo ministro Haddad. Esse também será um evento de impacto significativo sobre os mercados e vai cristalizar as percepções dos agentes financeiros sobre a ideologia econômica para os próximos anos.
Hoje, no entanto, o mercado ainda deve olhar para os dados do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) divulgados agora pela manhã, e que trouxeram deflação na leitura mensal e inflação abaixo da esperada na comparação anual. Os números se contrapões à surpresa negativa de sexta-feira, com o IPCA-15 pior que o esperado.
No campo das commodities, o petróleo oscila entre altas e baixas perto da estabilidade, com o barril tipo Brent negociado a US$ 83,12, às 8h15 desta segunda-feira. O minério de ferro caiu mais de 3% na primeira parte da sessão em Singapura (US$ 122,75/tonelada), após a China reduzir a produção de aço para conter a poluição.
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