“Vou fazer de tudo para aproximar BC do governo”, diz Campos Neto, sobre Lula
Em entrevista ao Roda Viva nesta segunda (13), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu "esforço fiscal" por parte da equipe econômica do presidente Lula (PT) e afirmou que fará de tudo "ao seu alcance" para aproximar a atual direção do governo...
Em entrevista ao Roda Viva nesta segunda (13), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu “esforço fiscal” por parte da equipe econômica do presidente Lula (PT) e afirmou que fará de tudo “ao seu alcance” para aproximar a atual direção do governo.
O economista admitiu que os impasses das últimas semanas são oriundos de uma má interpretação do comunicado emitido pelo BC antes da divulgação da ata do Copom.
“Houve um incômodo no comunicado, que a gente teria tido um tom um pouco mais alto do que esperado e que não teria levado em consideração o esforço fiscal que está sendo feito. Eu acho que de fato tem um esforço fiscal que está sendo feito. A gente reconhece o esforço do ministro Haddad, eu conversei bastante com ele e entendi que houve esse mal-entendido em relação ao comunicado”, disse Campos Neto.
Questionado sobre sua participação em chats com ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro e se sua escolha de ir votar com a camisa da seleção brasileira em outubro do último ano não poderia relativizar a autonomia do BC enquanto estivesse no comando, ele disse que o “voto é um ato privado”.
“É importante a gente pensar nas coisas que foram feitas no Banco Central, como eu atuei com autonomia, e como atuei muitas vezes em coisas que o governo anterior era contra”, afirmou.
O presidente do BC ressaltou que em 2022 houve a maior subida de juros em ano eleitoral da história do Brasil. “Se o Banco Central tivesse sido leniente, quisesse participar, agir politicamente, não teria subido juros.”
Campos Neto ainda disse que a autonomia do Banco Central não significa que não tenha feito amizades ao longo dos últimos quatro anos, mas que também espera se aproximar de membros do atual governo. “Está todo mundo aprendendo. A autonomia do Banco Central é nova. Eu vim indicado por um governo, também estou aprendendo, espero poder conversar bem com qualquer governo.”
“É importante reconhecer a legitimidade do resultado das eleições, da eleição do presidente Lula, que foi feita de uma forma democrática. O Banco Central é uma instituição de Estado, precisa trabalhar com o governo sempre”, complementou o economista.
“O BC precisa trabalhar junto com governo. Eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para aproximar o BC do governo”, concluiu Campos Neto.
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