Investidores de olho na Ata do Copom e com ouvidos atentos a Lula
O mercado deve se debruçar sobre a Ata do Copom nesta terça-feira para ajustar as expectativas sobre a taxa de juros básica. Desde o fim da reunião do órgão do Banco Central na semana passada, a curva de juros futuros apagou um possível corte na Selic ainda este ano...
O mercado deve se debruçar sobre a Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) nesta terça-feira para ajustar as expectativas sobre a taxa de juros básica. Desde o fim da reunião do órgão do Banco Central, a curva de juros futuros apagou um possível corte na Selic ainda este ano e chegou, até mesmo, a precificar um aumento da taxa no primeiro semestre.
O tom mais duro adotado pelo Comitê no comunicado acirrou os ânimos do governo federal, e o presidente Lula também elevou as críticas contra o Banco Central. Como resultado, os investidores têm acrescentado prêmio às taxas, isto é, aumentado os juros futuros. Isso porque o mercado começou a temer uma interferência do Executivo sobre o BC, que atualmente goza de independência legal, ou ainda uma mudança na meta de inflação.
Na sessão de ontem, os ativos nacionais se desvalorizaram após Lula repetir o descontentamento com a postura adotada pelo Banco Central, mas melhoraram com rumores de fluxo estrangeiro. O Ibovespa, que operou a maior parte do dia em baixa, fechou em leve alta de 0,18%. O dólar subiu 0,35% e ficou longe da máxima do dia, quando chegou a apresentar ganhos de 1,5% sobre o real. E as taxas de juros futuras, que também tinham subido durante a maior parte da sessão, fecharam as negociações no negativo.
No exterior, o mercado estará atento também à fala do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell. Dados do mercado de trabalho mais fortes que o antecipado pelos investidores pressionaram as taxas de juros nos EUA, que voltaram a precificar o fim do ciclo de alta acima de 5% a.a..
No campo das commodities, o preço do minério de ferro negociado em Singapura aponta para uma extensão das perdas registradas nos últimos dia e fechou a primeira parte da sessão em queda de 1,83%. No mês, a matéria-prima acumula perdas de 5,83%. O petróleo, no entanto, aponta para um segundo dia consecutivo de recuperação nos preços, em alta de 1,90%, cotado a US$ 82,53 o barril tipo Brent.
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