Eleição no Congresso Nacional e juros no radar dos investidores
A famosa Super Quarta, quando os Bancos Centrais brasileiro e norte-americano decidem juros no mesmo dia, será acompanhada das eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal desta vez...
A famosa Super Quarta, quando os Bancos Centrais brasileiro e norte-americano decidem juros no mesmo dia, será acompanhada das eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal desta vez. Do lado econômico, investidores acompanham a definição das taxas de juros com atenção especial aos comunicados das autoridades monetárias.
Nos EUA, a expectativa é de que o FED (Federal Reserve) eleve as taxas em 0,25 p.p. para 4.75% a.a. e adote uma postura menos agressiva para a política monetária a partir de agora. Boa parte do mercado acredita que a autarquia deve indicar que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos está perto do fim. O problema com a tese está nas declarações anteriores de membros do FED indicando que o fim do ciclo da alta de juros deve ultrapassar o consenso de mercado (atualmente em 5% a.a.), o que pode resultar em um realinhamento de expectativas que causaria estresse nos preços dos ativos.
No Brasil, os investidores aguardam a manutenção, sem surpresas, da Selic em 13,75%, mas estão ansiosos pelo comunicado do BC. A expectativa fica por conta da situação incômoda gerada pelos embates políticos recentes provocados pelo presidente Lula. O petista tem deixado vazar para imprensa que está insatisfeito com a postura do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com as críticas contra a política fiscal adotada pelo novo governo. Essa indisposição poderia afetar inclusive a escolha dos dois novos diretores do BC em fevereiro. Mesmo assim, boa parte do mercado acredita que a autoridade monetária deve manter ou até subir o tom contra a adoção de medidas fiscais expansionistas.
Além disso, os investidores nacionais também devem acompanhar com atenção a escolha dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal nesta quarta-feira. Na Câmara, a escolha de Arthur Lira para mais um mandato a frente da casa legislativa é dada como certa. No Senado Federal, no entanto, a campanha do oposicionista e ex-ministro de Bolsonaro Rogério Marinho tem conseguido dividir as atenções. Ainda assim, o candidato do Planalto e atual presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, é favorito na disputa. Vale lembrar que as definições sobre as comissões permanentes da Casa passam pelo presidente e, são elas, que dão andamento a todas as propostas. Um exemplo de como isso pode interferir nos mercados diz respeito à indicação do presidente da República para a diretoria do BC, que deve ser sabatinada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.
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