RETROSPECTIVA 2022 | Toda libido será castigada
Comentários de cunho sexistas sobre as mulheres refugiadas ucranianas custaram ao deputado estadual Arthur do Val (União-SP) o seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em maio de 2022, tornando-o inelegível por oito anos...
Comentários de cunho sexistas sobre as mulheres refugiadas ucranianas custaram ao deputado estadual Arthur do Val (União-SP) o seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em maio de 2022, tornando-o inelegível por oito anos.
O integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) enviou áudios, durante uma suposta viagem humanitária à fronteira entre a Eslováquia e a Ucrânia, dizendo que as mulheres do país atacado pela Rússia seriam “fáceis porque são pobres.”
“Assim que essa guerra passar, eu vou voltar pra cá. Detalhe: elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas, e é inacreditável a facilidade”, disse o ex-deputado, também conhecido como Mamãe Falei, em um trecho do áudio enviado em um grupo privado de amigos no WhatsApp.
O deputado confirmou à época ser o autor dos áudios e retirou sua pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo.
“Não é isso que eu penso. O que eu falei foi um erro em um momento de empolgação. A impressão que está passando aqui é que eu cheguei lá, tinha um monte de gente, e eu falei: ‘quem quer vir comigo que eu vou comprar alguma coisa’. Não é isso. Eu fui para fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz, e a impressão que passou é que fui fazer outra coisa”, disse do Val, tentando justificar seu comportamento.
Com a péssima repercussão do caso, Arthur do Val se viu obrigado a renunciar ao cargo após o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp ter aprovado o relatório que pedia sua cassação. Apesar da renúncia, ele ainda teve que enfrentar a votação no plenário. Pelas regras da Alesp, a renúncia ao mandato não interrompe o processo de cassação. Do Val perdeu o mandato em 17 de maio, em votação unânime, por quebra de decoro parlamentar.
No rastro de Mamãe Falei, o ex-vereador bolsonarista Gabriel Monteiro (PL-RJ) também teve sua carreira política interrompida após acusações de assédio moral e sexual. Em abril, o ex-pm teve vazado um vídeo no qual aparecia fazendo sexo com uma adolescente de 15 anos. A gravação foi compartilhada no Twitter e no WhatsApp e Monteiro acusou ex-funcionários de vazá-la. No mês seguinte, virou réu após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público.
Gabriel Monteiro teve seu mandato cassado em 19 de agosto por quebra de decoro parlamentar em razão das acusações de estupro, assédio sexual e por ter forjado vídeos para a internet. O vereador foi preso em novembro após se apresentar na delegacia de Icaraí, no Rio de Janeiro, e a Justiça ter decretado sua prisão preventiva.
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