Em um discurso curto, o presidente eleito Lula lembrou do período em que esteve preso em Curitiba e disse que a sua eleição representou um retorno aos princípios democráticos.
Sem citar nominalmente Jair Bolsonaro, o petista disse que o atual presidente cometeu crime eleitoral, incentivou o ódio, o crime político e criou embaraços para a democracia brasileira.
Lula volta a ser diplomado 20 anos após ter sido eleito pela primeira vez. A diplomação realizada há pouco foi marcada pela emoção do petista e por aplausos efusivos ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes (foto). O magistrado foi aplaudido de pé por petistas e por aliados do agora presidente diplomado.
A cerimônia de diplomação encerra o processo eleitoral. Agora, o petista pode tomar posse como o novo presidente do Brasil.
“Esse diploma não é do Lula presidente, mas de parcela significativa do povo que conquistou o direito de viver em democracia. Vocês ganharam esse diploma”, declarou o petista.
“Quero dizer que, muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, esta é a celebração da democracia. Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada. Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida”, disse Lula.
“Não foram poucas as tentativas de sufocar a voz do povo. Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo. Ameaçaram as instituições. Criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação. Tentaram comprar o voto dos eleitores, com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento público”, disse Lula.
O petista fez referência a várias iniciativas encabeçadas pela gestão Jair Bolsonaro, como a concessão de um Auxílio Brasil de R$ 600 às vésperas das eleições, o incentivo ao discurso de ódio e a insistência em duvidar da idoneidade do processo eleitoral e das urnas eletrônicas e até o aparelhamento da PRF, que tardou o trabalho de desbloqueio de rodovias após bolsonaristas tentarem tumultuar o processo eleitoral.
“O resultado destas eleições não foi apenas a vitória de um candidato ou de um partido. Tive o privilégio de ser apoiado por uma frente de 12 partidos no primeiro turno, aos quais se somaram mais dois na segunda etapa. Uma verdadeira frente ampla contra o autoritarismo, que hoje, na transição de governo, se amplia para outras legendas e fortalece o protagonismo de trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, cientistas e lideranças dos mais diversos e combativos movimentos populares deste país”, acrescentou o petista.
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