“O único jornalista que recebe apoio é o jornalista morto”
O jornalista eslovaco Jan Kuciak, de 27 anos, foi assassinado a tiros, juntamente com a namorada na sua casa. Kuciak estava publicando, num site de notícias, uma série de reportagens sobre os negócios que uniam a 'ndragheta (a máfia calabresa), empresários e políticos do seu país...
O jornalista eslovaco Jan Kuciak, de 27 anos, foi assassinado a tiros, juntamente com a namorada na sua casa.
Kuciak estava publicando, num site de notícias, uma série de reportagens sobre os negócios que uniam a ‘ndragheta (a máfia calabresa), empresários e políticos do seu país…
Os países do Leste Europeu se tornaram um imã de investimentos mafiosos, desde a Queda do Muro, graças a uma classe política mais corrupta do que a média e à abundância de fundos europeus.
Matar jornalistas é uma das últimas opções das máfias italianas. A primeira delas é tentar matar a sua reputação. Mas o custo-benefício do crime extremo é positivo para os mafiosos, porque a execução de Jan e sua namorada serão logo esquecidos, como escreve Roberto Saviano, no jornal La Repubblica:
“Agora todos choram por Jan, esse corajoso rapaz assassinado, mas quando os jornalistas estão vivos, nada se faz para apoiá-los, deixando que se tornem alvo de isolamento, condenações por difamação e insinuações. Na Europa, assim como na América Latina, o único jornalista que recebe apoio é o jornalista morto.”
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