Agamenon: Vivendo e Aprendendo
Não está nada fácil sobreviver no Brasil. Até aí nada de mais.Mas eu estou rezando para a Polícia Federal dar início à Operação Agamenon e me colocar imediatamente atrás das grades. Hospedado nas instalações da PF em Curitiba, terei garantido um teto para dormir e três refeições por dia. Daqui a pouco, estar preso vai ser o único jeito de o brasileiro conseguir comer direito...Corruptos famosos brasileiros disputam à tapa uma temporada no Presídio de Caras
Não está nada fácil sobreviver no Brasil. Até aí nada de mais.
Mas eu estou rezando para a Polícia Federal dar início à Operação Agamenon e me colocar imediatamente atrás das grades. Hospedado nas instalações da PF em Curitiba, terei garantido um teto para dormir e três refeições por dia. Daqui a pouco, estar preso vai ser o único jeito de o brasileiro conseguir comer direito. O problema é que as negociatas, chantagens e escroquerias que realizei ao longo da minha vida profissional não chegam nem perto dos valores bilionários angariados pelos principais personagens das Operações Lava-Jato, Zelotes, Mandioca Braba e outros nomes esquisitos que os Federais se amarram em inventar. Aliás, a quantidade de grana desviada é de tal maneira astronômica que o juiz Sérgio Moro pediu emprestado o telescópio Hubble para poder mapear o tamanho do Buraco Negro nas contas públicas brasileiras. Por isso mesmo, cientistas da NASA estão empenhados em criar uma megamedida que seja capaz de mensurar a roubalheira no Brasil. Seria o bilhão-luz, ou seja, a quantidade de grana que pode ser desviada dos cofres públicos para uma conta secreta na Suíça na velocidade da luz. Luz da Eletrobras, é claro.
Mas a verdade é que se eu estivesse na tranca, junto com o Marcelo Odebrecht, João Vaccari Neto, André Vargas, Paulo Roberto Costa, Cerveró, Fernando Baiano, entre outros, eu poderia fazer um network poderoso e, assim, no futuro, seria convidado para participar de negociatas de verdade e não dessas jogadas mixurucas que só rendem uma miserinha que não dá nem para encher o tanque de uma Ferrari do ex-presidente e futuro presidiário, Cóllon de Mello.
Por falar em futuro presidiário, as penitenciárias do Brasil estão cada vez mais bem frequentadas. Daqui a pouco, a revista Caras vai ter que lançar uma edição especial só com a cobertura das celebridades que estão na cadeia. Vão alugar a Ilha do Diabo para fazer a Cadeia de Caras, onde os famosos serão convidados a pagar uma etapa para sair da depressão.
Mas a concorrência não dorme de touca e a Contigo vai uma lançar a Castigo. Na capa da edição-cadeia vai ter os Os Irmãos Lula, Lulinha e Luleco, que inclusive já posaram para a foto. De frente e de perfil. Como todos sabem, menos o Lula, os dois meninos estão na beirola de entrar na caçapa da Polícia Federal. O pai, Luiz Corlulone da Silva, o Luva, moveu mundos e fundos (aliás, mais fundos) para que os seus rebentos escapassem da CPI no Senado.
Agamenon Mendes Pedreira é jornalista em regime semiaberto.
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