Em qual candidato o mercado está apostando?
Meses atrás, mais especificamente no dia 30 de maio, trouxemos para os nossos relatórios diários um exercício que havíamos começado como uma brincadeira em nosso ambiente de trabalho...
Meses atrás, mais especificamente no dia 30 de maio, trouxemos para os nossos relatórios diários um exercício que havíamos começado como uma brincadeira em nosso ambiente de trabalho. Tal discussão ganhou tanto corpo que acabamos nos estendendo a discutir o tema em nossas redes sociais, e, inclusive, em nossa live semanal do Youtube.
O exercício era o seguinte: se tivéssemos que montar uma carteira Bolsonaro e uma carteira Lula, como elas seriam? Nos restringindo às ações, buscamos 12 empresas listadas que tinham o potencial de se beneficiar com a eleição de um ou do outro candidato. Depois de selecionar os nomes, e publicarmos neste Relatório Especial, começamos a acompanhar o desempenho dessas carteiras, sem fazer nenhum tipo de alteração nela nem mesmo o rebalanceamento das posições.
Pouco mais de três meses depois, publicamos neste outro Relatório, uma atualização do desempenho dessas carteiras. Até lá, a carteira de Lula já estava na frente por quase 10 pontos percentuais, vantagem que se me permite adiantar, cresceu.
Hoje, como pode ver no gráfico abaixo, a carteira Lula se aproxima de abrir uma vantagem sobre a carteira Bolsonaro de quase 27 pontos percentuais, com a carteira Lula subindo 25% e a carteira Bolsonaro caindo 2%.
Mas isso é suficiente para afirmarmos que o mercado está cedendo aos resultados apresentados nas pesquisas e está apostando na vitória de Lula nas eleições? Eu acho que não, é apenas um indicativo.
Digo que não, justamente porque nada nos garante que tais ações não estejam desempenhando de tal forma por fatores exógenos à campanha eleitoral.
Como pôde ver na imagem acima, a composição da carteira Lula é recheada com empresas muito sensíveis aos juros, como é o caso das companhias de varejo, construção civil e até de educação. E, de lá para cá, o juro médio de longo prazo (10 anos) caiu de 12,50% para 12,10% e a taxa corrente saiu de 12,75% para 13,75%.
Além disso, a empresa que mais contribuiu positivamente para esse resultado foi a M. Dias Branco que subiu mais de 70% no período, e como reforcei nos relatórios “O patinho feio” e “O melhor resultado da temporada: você não esperava por essa”, essa era uma ação que tinha um grande potencial. Das ações selecionadas, a única que não performou positivamente foi a JBS, uma empresa ligada ao segmento de alimentos.
Já na carteira Bolsonaro, a ação que melhor performou no período foi a Petrobras, que distribuiu um grande volume de dividendo e inicialmente ganhou muita atração devido às movimentações no mercado de petróleo mas, mais recentemente, vem perdendo força devido ao crescente temor de recessão global.
Fato é que, independentemente se o exercício exprimiu ou não o que inicialmente intencionamos de entender, o grande evento que o conclui está prestes a chegar. O primeiro turno das eleições será neste domingo (2) e o segundo alguns depois, data que provavelmente trarei a última atualização desta série de Relatórios.
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Nícolas Merola, analista CNPI na Inv.
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