“Talvez seja pouco”
O Rio de Janeiro é refém da bandidagem. Por isso mesmo, O Globo, em editorial, apoiou a iniciativa de Michel Temer de intervir no Estado...
O Rio de Janeiro é refém da bandidagem.
Por isso mesmo, O Globo, em editorial, apoiou a iniciativa de Michel Temer de intervir no Estado.
O jornal só acha que os militares precisam continuar nas ruas depois de dezembro de 2018.
Leia aqui:
“A intervenção federal na Segurança fluminense foi forçada pelo quadro criado a partir da crise financeira do estado, com a perda de comando sobre as polícias e o esvaziamento do poder do governador Luiz Fernando Pezão, também atingido por estilhaços da explosão do seu grupo político, envolvido em corrupção, parte dele encarcerado, a começar pelo chefe, Sérgio Cabral.
As ocorrências no carnaval foram o ápice neste processo, e era mesmo imperioso decretar a intervenção na área de segurança do estado, historicamente problemática, com infiltrações visíveis do crime organizado. O caso do batalhão da PM de São Gonçalo, vizinho a Niterói, associado a traficantes da área, é emblemático. PMs chegavam a trabalhar em bocas de fumo (…).
O comandante militar do Leste, general Braga Netto, conduzirá a intervenção, a primeira realizada sob a Constituição de 88, com a vantagem de já ter atuado em ações articuladas no Rio, de curto prazo, destacando-se o trabalho de segurança na Olimpíada. Conduziu, também, uma operação semelhante no Espírito Santo. Com os poderes de interventor, o general Braga Netto terá oportunidade de remover gargalos que impedem uma efetiva coordenação entre as Forças Armadas e as polícias fluminenses. Em ações tópicas anteriores, houve até sabotagem na área de informações, para desacreditar as forças federais.
Não há uma solução instantânea para a crise de segurança no Rio, parte de um problema que é nacional. Portanto, a intervenção em si é apenas um meio para conter e reverter a debacle. Serão necessárias ações efetivas na cidade, no estado e nas fronteiras, numa intensidade ainda não vista. A intervenção irá até 31 de dezembro. Talvez seja pouco.”
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