Reunião com embaixadores “nos deixou perplexos”, diz Marco Aurélio Mello
Em entrevista publicada por O Globo nesta segunda-feira (1º), o ex-ministro do STF Marco Aurélio de Mello falou sobre a reunião de Jair Bolsonaro com os embaixadores, na qual ele atacou, sem apresentar provas, o processo eleitoral. O ex-ministro também comentou a Carta pela Democracia, manifesto em resposta aos ataques do presidente naquela reunião....
Em entrevista publicada por O Globo nesta segunda-feira (1º), o ex-ministro do STF Marco Aurélio de Mello falou sobre a reunião de Jair Bolsonaro com os embaixadores, na qual ele atacou, sem apresentar provas, o processo eleitoral. O ex-ministro também comentou a Carta pela Democracia, manifesto em resposta aos ataques do presidente naquela reunião.
Marco Aurélio descreveu a apresentação de Bolsonaro aos embaixadores como um “ato falho” que o deixou “perplexo”.
Segundo ele, o principal erro do presidente foi levar a discussão sobre o processo eleitoral brasileiro a representantes de outros países.
“O próprio presidente deve admitir que cometeu um ato falho. As questões brasileiras devem ser tratadas no país, não no exterior e com representantes de países amigos. Foi algo que nos deixou perplexos“, disse.
“Mas o próprio presidente da República, com a história de vida que tem e a caminhada que tem, deve admitir que esse encontro não foi algo positivo”, acrescentou.
Questionado sobre como lidar com declarações falsas do presidente, como aquelas expostas aos embaixadores, Marco Aurélio afirmou que a resposta só pode ser dada na urna.
“É o estilo do presidente. O que nós não podemos é evidentemente gerar um antagonismo. Ele acaba falando sozinho sobre essas matérias e, enquanto isso, as instituições vão funcionando. Quem vai ter a palavra é o eleitor […] Não cabe puxar a orelha do presidente“, disse.
Sobre a Carta pela Democracia, manifesto ao qual aderiu, o ex-ministro declarou que o número de assinaturas que constam no documento, mais de 642.000 até o momento, prova a confiança no sistema eleitoral.
“É uma adesão que apenas confirma a valia do sistema eleitoral. Isso é cidadania, é democrático”, disse.
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