O ilusionismo de Gilmar Mendes
Em seu longo artigo na Folha, Conrado Hübner Mendes, professor de Direito Constitucional da USP, também descreve o ilusionismo de Gilmar Mendes. Leia este trecho: "(...) A expressão 'jurisprudência do STF' sobrevive como licença poética, pois perdeu...
Em seu longo artigo na Folha, Conrado Hübner Mendes, professor de Direito Constitucional da USP, também descreve o ilusionismo de Gilmar Mendes.
Leia este trecho:
“(…) A expressão ‘jurisprudência do STF’ sobrevive como licença poética, pois perdeu capacidade de descrever ou nortear a prática decisória do tribunal. Perdeu dignidade conceitual e até mesmo retórica.
No âmbito da esfera pública, o ilusionismo serve para desviar a atenção, responder o que não se perguntou, jogar fumaça na controvérsia e confundir o interlocutor.
O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, é praticante rotineiro dessa técnica. Publicou nesta Folha (17/1) artigo em defesa do habeas corpus (HC). Invoca o direito abstrato à liberdade, do qual ninguém discordará, e se desvia das críticas contra suas decisões recentes.
As críticas às quais Mendes reage nunca miraram o HC em si, mas as evidências de suspeição para julgar, de forma monocrática, pessoas do seu círculo pessoal e político. O ministro se apresenta como defensor da liberdade, mas suas decisões passam a impressão de ser defensor dos amigos. Para dissipar essa impressão, basta que se declare suspeito —o que se recusa a fazer.
Manha ilusionista: discursar sobre o ideal revolucionário da liberdade e silenciar sobre a liberdade concedida a amigos indiciados. (…)”
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