O oportunismo político no pedido de reparação de guerra do Paraguai
Uma Subcomissão de Verdade e Justiça foi criada para debater a Guerra do Paraguai (1864-1870) no Parlasul, o Parlamento do Mercosul, com sede em Montevidéu, informa a Crusoé. Nas audiências realizadas até agora, os paraguaios pedem que o Brasil pague uma reparação de até 150 bilhões de dólares...
Uma Subcomissão de Verdade e Justiça foi criada para debater a Guerra do Paraguai (1864-1870) no Parlasul, o Parlamento do Mercosul, com sede em Montevidéu, informa a Crusoé. Nas audiências realizadas até agora, os paraguaios pedem que o Brasil pague uma reparação de até 150 bilhões de dólares.
O pedido não tem cabimento, pela simples razão de que foi o Paraguai que invadiu o Brasil, e não o contrário. Mas a ação não é só uma busca de tentar fazer justiça histórica. A solicitação dos paraguaios obedece a uma vontade de grupos políticos, comandados pelo parlamentar Ricardo Canese (foto), da Frente Guasú, que querem manter artificialmente elevadas as tarifas de energia da Usina de Itaipu a partir do ano que vem.
A Crusoé conversou sobre o assunto com o historiador Francisco Doratioto, professor da Universidade de Brasília e autor do livro Maldita Guerra.
“Há uma corrente política dentro do Paraguai que há décadas acusa o Brasil de ser imperialista. Para isso, falam da Usina de Itaipu, que foi construída sem dinheiro paraguaio e se provou um grande negócio para o país. A partir do ano que vem, a dívida contraída para erguer a usina já estará paga e sobrarão 2 bilhões de dólares. Aí será preciso decidir quais serão os valores das tarifas em 2023. Cada país terá 1 bilhão de dólares sobrando. Os dois países então poderiam reduzir o valor das tarifas de energia elétrica para o consumidor. Mas alguns setores dos dois lados da fronteira querem manter as tarifas como estão e dar um outro uso para esse dinheiro”, afirmou.
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