Itaú Asset projeta Selic a 15% após mudança fiscal
Diante da discussão de medidas do Planalto para conter a alta dos combustíveis, os reflexos das iniciativas na política monetária...
Diante da discussão de medidas do Planalto para conter a alta dos combustíveis, os reflexos das iniciativas na política monetária podem indicar um cenário de ajuste ainda mais intenso nos juros, para tentar contrabalançar a política fiscal mais expansionista. Com isso, o Itaú Asset Management passou a projetar a Selic a 15%.
“O cenário para o Banco Central muda bastante. Qualquer que fosse a estimativa de Selic final dele, agora tem de estar maior. Nas nossas simulações, o modelo dele não deve mais indicar que uma Selic a 13,75% bastaria para levar a inflação à meta em 2023. Os 13,75% viraram 15% no modelo dele”, afirmou o economista-chefe da Itaú Asset Management, Thomas Wu, ao Valor Econômico.
Ele mencionou os impactos fiscais das medidas em discussão no momento. De acordo com Thomas Wu, o PLP 18/2022, que coloca um teto sobre a cobrança de ICMS para alguns itens, como combustíveis e energia elétrica, teria um impacto de cerca R$ 85 bilhões por ano, o que seria algo permanente.
Além disso, há a discussão sobre zerar impostos federais sobre gasolina, gás natural e etanol, cujo impacto em 6 meses seria de R$ 17 bilhões. Há ainda o debate sobre o ressarcimento do governo federal a Estados que derrubarem o ICMS a níveis inferiores a 17%, o que pode ter impacto de R$ 22 bilhões. “Na nossa visão, a magnitude desses programas fiscais afeta o BC. O que se está jogando na economia de forma cíclica, temporária, exige que a Selic seja levada a um nível ainda mais alto que o neutro. O tamanho do aperto precisa ser maior”, disse.
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