Márcio França: ‘Lula não pode carregar todo mundo’
Pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, Márcio França afirmou, em entrevista a O Globo, que o PT deveria usar o exemplo da aliança com Geraldo Alckmin para abrir mão de lançar de Fernando Haddad na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes...
Pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, Márcio França afirmou, em entrevista a O Globo, que o PT deveria usar o exemplo da aliança com Geraldo Alckmin para abrir mão de lançar de Fernando Haddad na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Segundo a França (foto), o ex-prefeito restringe o potencial de votos de Lula em São Paulo.
O ex-governador de São Paulo disse que o chefão petista “é um Neymar”, mas ponderou que ele não tem obrigação de carregar todo mundo e que os aliados do ex-presidente precisam ajudá-lo “a acertar cada vez mais”. Ao ser questionado se uma disputa com ele Haddad pode fazer Lula perder votos, França respondeu:
“Não sei se perder. O Bolsonaro está fazendo um movimento contrário correto. Está encontrando no Norte, no Nordeste, onde sabe que será derrotado, candidatos com perfil mais suave para buscar algum percentual em cima da base do Lula. É o papel que eu teria feito (no caso do ex-presidente petista) no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste. Um perfil (de candidato a governador) que depende 100% do Lula, o que traz a mais para ele? Por que o Lula tem essa obrigação de carregar todo mundo? Lula é um Neymar, mas nem o Neymar é mais o Neymar. Porque também chegam idade, tempo e vida. Então, precisamos ajudar o Lula a acertar cada vez mais”, disse.
“[…] O movimento que foi feito com Alckmin era no sentido de buscar do outro lado, avançar para cima desse eleitor aqui em São Paulo tradicional do PSDB. Aquele sujeito do interior que se achava meio progressista. Ou os herdeiros do Mário Covas e do (Franco) Montoro. […] penso que se tem a candidatura à Presidência competitiva, a prioridade é ganhar o Planalto. Qualquer sacrifício vale para manter a democracia no país. É o que de alguma forma inspirou o Alckmin. […] O resultado da eleição ficará abaixo de um ou dois milhões de votos no segundo turno. Uma eleição muito perigosa”, acrescentou.
Hoje, França aparece em segunda nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Haddad. Nos últimos meses, o PT tem defendido que o ex-governador abra mão de sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes e dispute uma vaga no Senado.
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