Ex-presidente da ‘Bancada da Bíblia’ recebeu R$ 68,7 milhões em emendas secretas
Na época em que era o presidente da “Bancada da Bíblia”, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) recebeu R$ 68,7 milhões em emendas secretas. Deste valor, R$ 44,7 milhões foram destinados para o Ministério da Educação, pasta que foi recentemente alvo de denúncias...
Na época em que era o presidente da “Bancada da Bíblia”, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) recebeu R$ 68,7 milhões em emendas secretas. Deste valor, R$ 44,7 milhões foram destinados para o Ministério da Educação, pasta que foi recentemente alvo de denúncias sobre a atuação de pastores lobistas que controlavam a agenda do então ministro da Educação Milton Ribeiro.
Esses valores contam de uma lista encaminhada pelo gabinete do parlamentar ao Supremo Tribunal Federal, após determinação da ministra Rosa Weber. Câmara foi presidente da Frente Parlamentar Evangélica entre os anos de 2019 e início de 2022, quando entregou o cargo para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Dos R$ 44,7 milhões destinados para a execução de obras do MEC no Amazonas, o parlamentar (foto, ao centro) alocou R$ 5,8 milhões para a construção de nove escolas – oito com duas salas de aula e uma com nove salas – na pequena Tapauá, cidade com apenas 16 mil habitantes.
Também chama a atenção a sugestão de 38 emendas parlamentares para a construção de quadras escolares em cidades do interior do estado – cada uma com custo aproximado de R$ 690 mil. As emendas secretas de Silas Câmara também financiaram a construção de casas de farinha, a compra de máquinas de gelo, a aquisição de tratores e até de cadeira de rodas motorizadas.
Nas últimas semanas, Jair Bolsonaro tem intensificado sua relação com a bancada evangélica e Silas Câmara convidou o presidente da República a participar da próxima “Marcha para Jesus” na cidade de Manaus, marcada para o dia 28 de maio.
Como mostramos mais cedo, Silas Câmara não foi o único beneficiado. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, destinou R$ 9,5 milhões a redutos eleitorais em São Paulo; o então líder do governo na Câmara, Victor Hugo, recebeu R$ 100 milhões.
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